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OUTRO LADO
Dirigente se cala; empresário citou trabalho efetivo
DO PAINEL FC
O presidente da Federação
Paulista de Futebol recusou pedido de entrevista feito pela Folha no início da semana e não
respondeu ao questionário enviado pela reportagem sobre
sua ligação com o empresário
Bruno Balsimelli.
Questionado sobre o assunto
em seu segundo depoimento
na CPI do Futebol, em 25 de
outubro de 2001, Farah disse
não ver nenhum problema no
fato de a FPF ter relação comercial com seu afilhado.
Em determinado momento
da sessão, o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), perguntou se o dirigente
achava ético o fato de Balsimelli
ser membro do Conselho Fiscal da FPF e, ao mesmo tempo,
ter acordo comercial com a entidade. "Não há nada de mau se
a pessoa for correta, honesta.
Não vejo mal nenhum. Vossa
Excelência fiscaliza Santa Catarina. Eu tenho certeza de que o
faz até com muito cuidado",
respondeu Farah.
Em seguida, Althoff questionou o dirigente sobre sua relação pessoal com Balsimelli. Farah retrucou: "Excelência, não
tenho razão nenhuma para
ocultar se sou amigo desse ou
daquele. Sou amigo de muita
gente. Eu o conheço. O sr. Bruno Balsimelli é o fornecedor de
mais de dez federações no Brasil. Em todos os jogos da seleção brasileira, ele é o fornecedor de ingresso. Ele não trabalha somente com a Federação
Paulista. Ele é a maior fábrica
de ingressos do país".
Sobre o fato de não ter registrado o contrato em cartório, o
presidente da FPF respondeu
que a entidade não o costuma
fazer. "Não há nenhuma lei que
obrigue o contrato a ser registrado. O registro é contra terceiros. Não registramos nenhum contrato na federação,
nem de R$ 50 milhões, a não
ser quando é necessário acionar uma das partes."
Já o empresário foi contatado
pela Folha sobre sua relação
com Farah logo após a conclusão dos trabalhos da CPI. A
Globo ainda não havia dito que
ele não participara nos acordos
da TV com a FPF.
Em seu escritório na zona sul
de São Paulo, Balsimelli disse
que havia pedido seu afastamento do Conselho Fiscal da
federação e que recebeu cerca
de R$ 5 milhões por um trabalho que efetivamente realizou.
O empresário mostrou pastas
com documentos que, segundo
ele, comprovavam seu envolvimento nos acordos com a empresa de tíquetes alimentícios e
com a cervejaria.
Nesta semana, a Folha procurou o empresário para ouvi-lo sobre as declarações de Marcelo Campos Pinto, diretor-executivo da Globo Esportes. A
reportagem foi informada, na
quinta-feira, que ele estava em
reunião e que retornaria a ligação mais tarde. No mesmo dia,
Balsimelli foi contatado novamente, mas a informação agora
era outra. Segundo sua secretária, ele havia viajado para Fortaleza e só voltaria na segunda.
A Folha ainda deixou dois recados em seu telefone celular,
mas não obteve resposta.
(FM)
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