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FUTEBOL
Rescisão com HMTF encerra ciclo com parceiros que reforçaram time
Após 5 anos, Corinthians conta só com suas pernas
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde o início de 1997, o Corinthians sabia que tinha a seu lado
uma empresa para pedir reforços,
dividir responsabilidades e até sonhar com seu estádio próprio.
Agora não tem mais.
O clube vai rescindir nos próximos dias o contrato que o liga ao
fundo norte-americano HMTF e
não vê perspectiva de nova parceria a curto prazo.
""Hoje em dia, com essa turbulência mundial e a crise geral no
futebol, acho difícil uma parceria
no curto prazo", afirmou o vice-presidente de futebol corintiano,
Antonio Roque Citadini.
O fim da associação tem dois
pontos principais a serem discutidos: o patrocínio e os jogadores.
Por um lado, o clube vai ter de
renegociar com a Pepsi a permanência de sua marca na camiseta
(o acordo do logo do refrigerante
no uniforme vai até dezembro).
""A Pepsi cresceu no mercado
com nossa ajuda. Tudo o que tem
revertido de positivo para eles vai
ser levado em conta nas negociações", disse Citadini.
Outro ponto a ser acertado é o
futuro de jogadores como Rogério, Fábio Luciano e Deivid, que
pertencem à Corinthians Licenciamentos, firma comandada pelo sócio estrangeiro que se desliga.
Citadini não é o único a não ver
perspectiva de um parceiro. ""Na
atual situação, acho difícil que
exista alguma empresa disposta a
investir no futebol", afirma Carlos
Roberto de Mello, vice-presidente
financeiro do clube.
Aproveitando a onda neoliberal
do país, formou-se no final de
1996 o chamado Grupo de Apoio
à Presidência, formado por Ibrahim Eris, ex-presidente do Banco
Central no governo Collor, Luís
Paulo Rosemberg, consultor do
governo Sarney, e Eduardo Rocha
Azevedo, ex-presidente da Bolsa
de Valores paulista.
Eles encontraram o Banco Excel, que incorporara no ano anterior o Banco Econômico. De cara,
contratou por US$ 7,5 milhões
quatro atletas: Túlio, Sangaletti,
Fábio Augusto e Fernando Diniz.
O time venceu o Paulista-1997,
mas quase foi rebaixado no Campeonato Brasileiro. Aí começou a
era de grandes contratações do
clube. Chegaram Edílson e Gamarra, Vampeta, além do técnico
Wanderley Luxemburgo.
A mesma empresa investiria no
Vitória e no Botafogo-RJ.
No final de 1998, com a compra
do Excel por parte do Bilbao Vizcaya, a ajuda financeira foi diminuindo, mesmo com a conquista
do Brasileiro daquele ano, afinal,
o banco espanhol não tinha interesse em investir em futebol.
Isso abriu a brecha para a entrada do grupo texano HMTF, que
chegou prometendo o tão sonhado estádio e contratando atletas
(Vampeta e Edílson, que já estavam por lá, além de Luizão, Dida e
João Carlos).
O grupo abriu 2001 retirando
seu capital da América Latina, resistiu um pouco mais no Corinthians, mas o prazo se encerrou
agora.
(RICARDO PERRONE e RODRIGO BERTOLOTTO)
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