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FUTEBOL
Torcedor só poderá assistir a todas as reprises se comprar pacote de sistema pay-per-view
Ver Mundial de dia custa R$ 130
FÁBIO SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Copa do Mundo da madrugada e do "monopólio global", os
videoteipes serão artigos de luxo
para telespectadores e emissoras
de televisão brasileiras.
As Organizações Globo, por
meio da TV Globo e Sportv, detêm exclusividade dos direitos de
transmissão da Copa, fato inédito
desde o Mundial de 1982.
Com isso, o sistema pay-per-view da Sportv estréia em Copas
como única opção aos dispostos a
assistir a todas as partidas sem ter
de trocar o dia pela noite.
Já para as emissoras, a alternativa é negociar com a Rede Globo a
compra do evento em "pedaços".
A Record tem interesse em adquirir imagens. Bandeirantes e ESPN
Brasil ainda estudam propostas.
Na primeira fase, o Brasil jogará
às 3h30, às 6h e às 8h30.
"Já há um sinal verde de negociação com a Globo. Queremos
pelos menos direitos a alguns
compactos", disse Kleber Leite,
vice-presidente da Traffic, empresa responsável pela programação
esportiva da Record.
Sem os direitos, as concorrentes
da Globo estão limitadas a mostrar os gols -de cessão obrigatória- e inserções de até 90 segundos em programas noticiosos.
A Globo deve até manter uma
equipe do departamento jurídico
de plantão visando fiscalizar possíveis usos indevidos de imagens.
Por imposição contratual, as
emissoras só podem exibir uma
reprise por dia, o que seduz o torcedor impossibilitado de inverter
o fuso a desembolsar, no mínimo,
R$ 129,90 pelos pacotes da Sportv.
Os pacotes garantem acesso a
quatro canais do Premiere Esportes que, entre meio-dia e meia-noite, transmitirão as reprises das
partidas da rodada anterior.
Para os madrugadores, a Sportv
será a única emissora a televisionar os 64 jogos ao vivo. Em TV
aberta, a Globo exibirá 56.
Sem o Premiere, o assinante da
Sportv poderá ver o videoteipe do
dia às 21h. A Globo mostrará oito
compactos durante o Mundial.
As emissoras pagaram US$ 220
milhões pelos direitos e enviarão
165 profissionais à Ásia, 115 da
Globo e 50 da Sportv.
Em 1998, a Globo enviou 150
pessoas à França. Pagou na época
bem menos pelos direitos de
transmissão -US$ 18 milhões,
dos quais recuperou US$ 14 milhões negociando direitos.
Na ESPN Brasil, por exemplo, o
orçamento para a Copa é de US$
300 mil. Serão 12 enviados.
Apenas no mês passado a Globo
conseguiu vender a sexta de suas
cotas nacionais, todas de R$ 35
milhões cada. Falta ainda definir
quem vai bancar o top de cinco
segundos e as cotas de participação para veiculação de inserções
de 30 segundos nos intervalos.
Em palestra recente, o diretor de
desenvolvimento da Globo, Júlio
Mariz, sinalizou que o balanço da
Copa deverá ficar no vermelho.
Mas salientou a importância estratégica da programação.
Com a distribuição de "high-
lights" à concorrência, a emissora
quer recuperar 40% do investimento. "A idéia é fazer ternos sob
medida. Vai depender do que cada canal vai querer", disse Mariz.
Das seis cotas de R$ 8 milhões
da Sportv, duas ainda estão encalhadas. "Já foi mais fácil vender
cotas de patrocínio", comentou o
analista de marketing da Sportv
Gustavo Freudenfeld.
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