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Caipirinha tomba superjuiz da F-1
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem cruza com o sisudo alemão Jo Bauer caminhando pelo
paddock de Interlagos não imagina, à primeira vista, que ele tenha
uma personalidade afável.
Joachin Bauer, 42, ganhou status de estrela na F-1 depois das
mudanças no regulamento impostas nesta temporada pela FIA.
Ele é o superjuiz, delegado técnico da entidade. É o homem responsável por dizer o que as equipes podem ou não modificar em
seus carros no sábado à tarde e no
domingo de manhã. É ele quem
decide se os pneus podem ser trocados caso o tempo mude da classificação para a corrida. E suas
atribuições não param por aí.
Mas tanta responsabilidade não
impede que Bauer cometa "excessos" como qualquer trabalhador
após um dia cansativo de trabalho. "Devo confessar que, na noite
passada, tomei mais caipirinhas
do que deveria. Nem pude tomar
café da manhã", declarou à Folha
o rechonchudo engenheiro.
Mas, quando o assunto é trabalho, Bauer deixa transparecer sua
origem germânica. "Não acredito
que tenha mais responsabilidade
agora. O que acontece é que tem
muito mais gente prestando atenção no meu trabalho. Só isso."
E, segundo ele, por enquanto a
cooperação das equipes em seu
trabalho tem sido "inacreditavelmente boa". "Não recebi nenhuma reclamação do meu trabalho
até agora. As equipes estão tão receosas das novas medidas que
não fazem nada que possa comprometê-las. Estamos todos
aprendendo juntos", afirmou.
A rotina do alemão em semana
de corrida é puxada. Ele chega à
cidade na segunda-feira para poder preparar tudo para a quinta,
quando acontecem as primeiras
vistorias. Daí até domingo, participa de uma sequência interminável de reuniões com pilotos, chefes de equipes, fiscais.
Fora as checagens e rechecagens
feitas periodicamente em carros,
combustíveis e softwares. Mas o
superjuiz não reclama. Gosta.
"Para mim seria castigo trabalhar em frente a um computador
das 9h às 17h. Viajo muito, mas
não me canso. Minha casa é dentro de um avião", exagerou o morador de Frankfurt, na Alemanha.
A única reclamação de Bauer
chega a parecer uma piada. "Nunca encontrei um rato dentro de
um carro, mas, às vezes, depois
das corridas, alguns chegam molhados para a vistoria... Prefiro
nem imaginar o que pode ser."
Solteiro ("A primeira lição que
você aprende nesse trabalho é que
não pode casar"), o alemão gosta
de se reunir com amigos. Apaixonado por "qualquer coisa que tenha rodas e se mova", Bauer gosta
de andar de moto, mas nunca foi
piloto. "Não tenho físico para isso", brincou, antes de voltar ao
hotel para beber mais caipirinhas.
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