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OUTRAS CURVAS
Integrantes de equipes e espectadores de prova aquecem ramo da prostituição de alto luxo
GP gera corrida ao sexo em São Paulo
EDUARDO OHATA
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
S do sexo. A passagem da F-1
por São Paulo aquece a economia da cidade, mas mais ainda
põe para ferver um ramo de atividade que diz viver seu melhor
momento no ano, graças ao GP:
a prostituição de alto luxo.
A competitividade das pistas
gera na paralela uma competitividade sexual nas casas exclusivas para homens, que usam o luxuoso mundo de carrões e pilotos para quase dobrar sua clientela no período, seja ela formada
por integrantes das equipes estrangeiras ou por aficionados visitantes, que chegam do interior
ou de outro Estado.
Se todos os caminhos neste final de semana levam a Interlagos, por todos esses caminhos
que levam ao autódromo paulistano é possível deparar com outdoors dos dois mais sofisticados
e famosos "pontos de encontro"
de São Paulo: as boates Bahamas
e o Café Photo.
"Até por estar na noite há 30
anos, o Bahamas é muito procurado por estrangeiros que trabalham nas equipes de F-1 e todo
ano vêm ao GP Brasil", comemora o empresário Oscar Maroni Filho, proprietário da casa,
instalada em Moema.
"Tenho um acordo verbal há
seis anos com duas dessas equipes, que já chegam no Brasil com
um pacote fechado: hotel, carro,
uma noite no Bahamas", revelou
Maroni. Segundo o empresário,
motivado pela corrida, na quinta-feira o Bahamas viu entrar
por sua porta 473 homens e 197
mulheres, quando em uma noite
comum a casa recebe em média
250 e 130, respectivamente.
E por que tinha tanta gente no
Café Photo na quinta-feira?
A resposta, unânime, da parte
das garotas de programa, funcionários e administradores da
casa, foi o GP Brasil.
Dentro do lugar, o idioma predominante era o inglês. E, para
isso, as garotas de programa do
lugar se mostravam preparadas.
Algumas gabam-se de ser ""poliglotas", pelo menos no glossário
necessário para ""fechar o negócio". ""Conversar com eles não é
problema, sei inglês, espanhol e
francês", diz a mestiça Mahani,
que geralmente atende em seu
flat, mas que foi ao Café Photo
justamente por causa do GP.
Os preços dos programas são
""tabelados". Para clientes brasileiros, os programas custam R$
500 pela noite. Já os estrangeiros
pagam, pelo mesmo ""serviço",
US$ 300, que corresponde a cerca de R$ 1.000. Ou seja, o dobro.
""Independente de ser ou não
época de GP, o estrangeiro não
se importa em pagar US$ 300.
Para eles não é nada. O que
acontece na época da corrida é
que há uma chance maior de sair
com eles por causa da quantidade. Mas o preço não muda", explica Gabriela, que afirma ter encontrado clientes todos os dias
desta semana no Photo.
Tudo pelo GP, a casa também
ganhou nova decoração, novos
quadros. E até um salão superior, que é fechado aos domingos, mas que funcionará hoje.
O clima de competitividade típica de uma semana de GP ficou
explícito no comportamento de
Ana, depois de responder algumas poucas perguntas da reportagem da Folha. ""Se você me dá
licença, preciso trabalhar."
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