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Pedalando ao largo
OS EUA passam por uma
situação única de ter
três presidentes. O de
direito, que já não tem quase
poder de fato, e os dois principais concorrentes ao cargo, um
dos quais será escolhido em
menos de três meses.
Se fossem parte da delegação,
George W. Bush seria o líder do
time de mountain bike. Barack
Obama, com suas pernas longas e sangue queniano, um maratonista. John McCain? Técnico do time de beisebol, abrigo
folgado, charuto apagado no
canto da boca, gritando obscenidades aos jogadores.
Um dos três desembarca nas
próximas horas em Pequim.
Antes de chegar à Casa Branca,
o milionário George W. Bush
havia visitado apenas quatro
países em seus 54 anos de vida:
três vezes o México (o que não
conta, já que ele viveu no Texas), duas vezes Israel (também não, pois ninguém é eleito
presidente dos EUA sem ter ido
pelo menos uma vez a Israel),
uma vez a Itália (idem, já que
foi uma passagem de três dias
por Roma, onde celebrou o Dia
de Ação de Graças).
Pode-se dizer, então, que o
único país estrangeiro que o futuro presidente dos EUA conhecia de verdade era a China.
Em 1975, ele passou seis semanas em Pequim com seus pais
-George H. W. Bush era o então chefe do Escritório de Interesses Norte-Americanos no
país; o primeiro embaixador
pós-Revolução Comunista só
seria apontado em 1976.
Duas passagens marcaram a
memória do jovem George, segundo contou o presidente em
entrevista inócua a uma equipe
da TV estatal chinesa CCTV, na
semana passada: seus passeios
de bicicleta por Pequim; e o fato
de que todo o mundo usava
roupas iguais, "menos eu".
Ele chega hoje para sua quarta visita como presidente, de
longe o ocupante do cargo que
mais vezes visitou o país. Leva
na mochila menos do que diversas entidades de direitos humanos no mundo inteiro gostariam que levasse. É pouco provável que faça marola.
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