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MÁQUINA DO TEMPO
Atletas visitavam cruzeirense; "goalkeeper" era ídolo de palmeirense
Saudosismo marca palestrinos
DA REPORTAGEM LOCAL
Paixão, fidelidade, sofrimento, alegria, rivalidade e, principalmente, muito saudosismo.
Tudo isso é visto nos torcedores que seguem a trajetória de
Palmeiras e Cruzeiro desde o
tempo em que os clubes, de origem italiana, atendiam pelo nome de Palestra Itália -até 1942,
quando as agremiações foram
obrigadas a trocar de nome por
causa da Segunda Guerra.
Muita coisa mudou de lá para
cá, mas até hoje os torcedores
palestrinos guardam na alma o
prazer de torcer pelo Palestra,
fosse em Minas ou São Paulo.
Plínio Barreto, 81, sabe de cor
e salteado a vida do Cruzeiro e
fala com orgulho do time do coração. "O Cruzeiro foi fundado
em 1921. Eu nasci em 1922 e digo
que só esperei o meu time ser
criado para chegar ao mundo."
Os tempos românticos e a
proximidade com os jogadores
fazem Barreto voltar ao tempo
em que ainda usava calças curtas. "Acompanho o time desde
1931. Tive muitos ídolos, e alguns até frequentaram a minha
casa. Quando era garoto, ficava
atrás do gol nos treinos do Cruzeiro no Barro Preto e ajudava a
pegar as bolas que eram chutadas para longe", afirma o cruzeirense, que tem os ex-ídolos na
ponta da língua: Piorra, Bengala, Alcides, Nogueirinha.
Se a saudade aperta quando se
fala em Palestra Mineiro, a história se repete quando o assunto
é o Palestra de São Paulo.
Waldomiro de Aquino, 75,
lembra até como ia vestido aos
jogos do seu Palestra.
"O pessoal ia de sapato, calça
de linho e tudo mais. Não existia
calça jeans. Não é como hoje,
que o pessoal vai de qualquer
jeito", comenta ele, que era chamado de "Comandante" pelos
demais torcedores do time.
Aquino não esconde sua origem italiana para falar de sua
preferência pelo Palestra, porém confessa que, nos tempos
românticos, o futebol era muito
mais bem jogado.
Na memória, ele ainda guarda
o nome que os locutores usavam para falar de cada jogador.
"Antes era centro-médio, beque direito e esquerdo, em vez
dos usuais laterais de hoje. O camisa 9 era chamado de centerforward, e o goleiro era goalkeeper ou guardião".
Entre os seus ídolos, ganha
destaque Oberdan. "Ele pegava
a bola com uma mão só. E como
era humilde. Uma vez veio jogar
na várzea, bem perto da minha
casa, e ficou na maior conversa
comigo. Ele foi muito melhor
que o Marcos."
(RBU E TA)
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