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Maiores Estados abrigam treinamento de 60%
DA REPORTAGEM LOCAL
E DOS ENVIADOS A ATENAS
Se perdem espaço no fornecimento de atletas para o Brasil
olímpico, os grandes centros ainda são os principais pólos de treinamento. Os Estados de São Paulo e Rio são os locais de prática de
quase 60% da equipe de Atenas.
No caso do atletismo, corredores costumam abandonar o local
em que nasceram para procurar
instalações com boa estrutura.
Foi exatamente o que ocorreu
com Keila da Silva Costa. Especialista no salto em distância, ela decidiu abandonar Abreu e Lima,
em Pernambuco, quando fraturou a tíbia em um treinamento.
O acidente fez com que ela perdesse a chance de disputar o Pan
de Santo Domingo-03. Para evitar
outras surpresas, mudou-se para
Presidente Prudente (SP), um dos
principais centros da modalidade.
Hoje ela treina em uma das melhores pistas do Brasil, tem acompanhamento de fisioterapeutas e
está assegurada na Olimpíada.
Apesar da crise financeira de
seus clubes, o Rio também consegue segurar muitos atletas.
Um exemplo vem da piscina.
Recordista brasileira e sul-americana dos 200 m livre, Mariana
Brochado recebeu propostas de
várias agremiações do país, mas
preferiu fincar base no clube onde
deu suas primeiras braçadas aos
quatro anos: o Flamengo.
Nesse cenário, são raros os casos de centros de excelência em
cidades com menos tradição no
esporte. Um modelo é Belém. A
prefeitura e o governo do Estado
criaram programas de incentivo
ao boxe. O resultado é que dois
dos cinco integrantes do time brasileiro na Grécia são de lá.
Trabalhar no exterior é outro
caminho. Dos 245 componentes
do time brasileiro, 38 ganham a
vida em outro país. E costumam
aproveitar a estadia para aprimorar alguma outra profissão.
Carolina de Moraes, do dueto
do nado sincronizado, formou-se
em artes plásticas na Universidade de Ohio, nos EUA, onde morou por quatro anos. A irmã e parceira, Isabela, seguiu uma linha
diferente e se tornou bióloga.
(PC, GR E RD)
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