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MEMÓRIA
Após perder mão, húngaro voltou a atirar e levou ouro
DO ENVIADO A ATENAS
Eles só aparecem esporadicamente. Em 104 anos de história,
poucos atletas portadores de
deficiências conseguiram índices para disputar os Jogos.
Nem o Comitê Olímpico Internacional tem um levantamento detalhado sobre o tema.
Um caso pioneiro é o de Neroli Fairhall, primeira paraplégica a disputar os Jogos. A neozelandesa perdeu o movimento dos membros inferiores
após um acidente de moto. Em
Los Angeles-84, participou as
provas tiro com arco sentada
em sua cadeira de rodas.
"Perguntavam se eu sentia
muita desvantagem em atirar
sentada. Eu não sabia, porque
nunca havia atirado em pé."
Entre os amputados, a maior
façanha foi a do atirador húngaro Karoly Takacs. Ele fazia
parte da seleção de seu país até
1938. Sargento do Exército, foi
nomeado para uma ação militar aparentemente corriqueira.
Uma granada com defeito,
porém, explodiu e esfacelou
sua mão esquerda. Era a mão
com que portava a pistola.
Após passar um mês no hospital, Takacs lapidou a outra
mão e voltou a treinar. Em
1939, triunfou no torneio nacional. Nos Jogos de Londres-48, aos 38 anos, disse aos rivais
que estava ali para "aprender".
Mas aprendeu rápido, bateu os
favoritos e levou o ouro.
Quatro anos depois, em Helsinque, repetiu o feito e se tornou o primeiro bicampeão
olímpico de pistola rápida.
Talvez a situação mais emblemática, contudo, seja a de uma
atleta que não foi aos Jogos.
A sul-africana Natalie du Toit
não tem metade da perna esquerda. Mesmo assim, escolheu uma modalidade em que a
coordenação de todos os membros é fundamental: natação.
Ela chegou a cravar um tempo melhor do que o exigido pela federação internacional para
competir nos 800 m em Atenas.
Como chegou em segundo
lugar na seletiva de seu país,
perdeu a vaga. Mas deixou um
recado: quer estar em Pequim-2008.
(GR)
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