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MEMÓRIA
Taleban ganhou ajuda, e atleta recebeu ameaça
DA REPORTAGEM LOCAL
A invasão do Afeganistão
por tropas soviéticas, motivo do boicote aos Jogos de
Moscou, deu-se em dezembro de 1979. Se depois dos
atentados terroristas de 11 de
setembro nos EUA os norte-americanos passaram a atacar o grupo de fundamentalistas islâmicos que dominavam o país, no final dos anos
70 a história era outra.
O governo Carter apoiava
a guerrilha dos fundamentalistas, assim como faziam
paquistaneses e iranianos.
A milícia Taleban, que
controlava mais de 90% do
Afeganistão, teve ajuda dos
norte-americanos quando
as tropas soviéticas chegaram a Cabul para colocar no
poder um regime pró-Moscou. Nos anos seguintes, os
EUA ajudaram a armar a
guerrilha muçulmana.
Quando o presidente
anunciou pela primeira vez,
em 4 de janeiro de 1980, a intenção de os EUA boicotarem os Jogos, boa parte dos
atletas do país se manifestou
contra. O grupo, liderado
por Anita DeFrantz, medalha de bronze no remo na
Olimpíada de Montréal, em
1976, e atualmente vice-presidente do COI, pediu ao comitê norte-americano que
não atendesse ao pedido de
Carter e fosse à Olimpíada.
Ainda em janeiro, Carter
avisou que cancelaria os passaportes dos atletas que decidissem ir a Moscou por
conta própria. Alguns aliados dos EUA, caso de Grã-Bretanha, Itália, França e
Suécia, compareceram.
E, sem a presença de americanos, japoneses e alemães
ocidentais, os países da Cortina de Ferro dominaram a
maior parte das provas. Ficaram com os três primeiros
lugares. A União Soviética,
com 80 medalhas de ouro,
67 de prata e 45 de bronze,
foi a campeã no quadro de
medalhas, enquanto a Alemanha Oriental ficou em segundo, seguida da Bulgária.
O Brasil, 17º colocado, obteve duas de ouro, ambas no
iatismo, e duas de bronze, no
atletismo e na natação.
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