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Juvenal banca Muricy em 2009
Presidente do São Paulo diz que elenco não produz o que deveria e fala em tratamento de choque
Dirigente afirma que age com camaradagem, mas pune e, após conversa com os atletas, vai endurecer
o trabalho nesta semana
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2008, o São Paulo ainda
não levantou nenhum troféu.
No Brasileiro, as coisas caminham para mais um campeonato sem título. Mas, em entrevista à Folha, o presidente Juvenal Juvêncio garantiu Muricy
Ramalho no comando da equipe até o final do seu contrato
-dezembro de 2009.
Em queda visível de rendimento e já sob o risco de ficar
de fora da próxima Libertadores, o mandatário são-paulino
falou que o time precisa de um
choque para retomar o caminho das vitórias e não admite
que ninguém jogue a toalha.
Juvenal falou ainda que a
equipe vive um mau momento,
mas descartou operações radicais para mexer com o time.
FOLHA - Como está a relação da diretoria com Muricy?
JUVENAL JUVÊNCIO- O Muricy é
uma pessoa séria. Ele foi muito
assediado por outros clubes e
também pelo mundo árabe. Ele
mantém sua têmpera e vai continuar fazendo seu trabalho.
FOLHA - Qual a explicação para a
queda de rendimento do São Paulo?
JUVENAL - Eles [jogadores] não
estão produzindo o que podem.
A competência individual não
está sendo traduzida no campo.
FOLHA - O senhor costuma aparecer em momentos difíceis. Vai ter
uma conversa com o grupo?
JUVENAL - Já tive há três partidas. Essa semana o regime vai
ser duro. Vão ter dias em que os
treinos serão em dois períodos.
Esta semana eles vão sentir a
necessidade [da presença do
presidente]. Depois, vou analisar se ainda haverá necessidade
de conversar individualmente.
FOLHA - Como é a sua atuação junto ao elenco?
JUVENAL - Eu converso com os
jogadores fortemente. Sinto
quem quer e quem não quer jogar. Quem não está com alegria
e o porquê disso. Eu puno. Mas
também existe a camaradagem.
FOLHA - Qual a melhor estratégia
para o momento atual?
JUVENAL - A do choque. O técnico se desgasta muito por ter de
repetir sempre a mesma coisa
para o elenco. De vez em quando precisa dar um choque. O jogador tem que produzir, dizer a
que veio. Aqui há competência
para cobrar isso. Eu sou um
gestor que sabe bem o que faz.
FOLHA - O que o senhor acha do
atual elenco do São Paulo?
JUVENAL - Mais de 70% do grupo recebeu sondagens e ninguém saiu. O que foi embora
-Alex Silva, zagueiro- saiu
porque não era jogador meu [a
porcentagem do clube sobre os
direitos do atleta era de 20%].
O elenco é de muita qualidade.
FOLHA - E o que fazer para mudar a
fase do time?
JUVENAL - Trabalhar. Não tem
para onde correr. Sou contra a
pirotecnia [referindo-se a contratação de impacto].
FOLHA - Existe o temor de ficar fora
da Libertadores de 2009?
JUVENAL - Não admito que ninguém jogue a toalha precocemente. O São Paulo ficou dez
anos sem Libertadores e agora
estamos com cinco participações seguidas. O que acontece é
que todos [diretoria, comissão
técnica e jogadores] têm o ônus
pelo momento atual.
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