São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Del Piero, Giggs, Raúl, Rogério, Totti, Xavi...

HÁ UMA IMPRESSÃO geral de que devoção a uma camisa no futebol é coisa do passado, de que os jogadores contemporâneos não passam de mercenários que pulam de um clube para o outro sem a menor cerimônia pelo bem de suas carreiras curtas e globalizadas. Mas uma análise mais fria mostra que há ainda muita gente na ativa que não larga seu manto e vice-versa.
O milésimo jogo de Rogério pelo São Paulo chamou a atenção do Brasil, onde historicamente grandes ídolos se perpetuaram em grandes clubes numa época em que as transferências para o exterior não eram tão comuns. Mas são vários os exemplos de ídolos mundo afora que batem recordes de longevidade em seus times.
Del Piero (Juventus), Giggs (Manchester United), Raúl (Real Madrid), Totti (Roma) e Xavi (Barcelona) são da geração de Rogério e alcançaram em suas agremiações o topo da lista de jogos disputados. Desses, apenas Raúl não está mais em seu time, mas sua saída não foi uma traição, apenas um fim de um longo ciclo que talvez tenha durado mais ou menos tempo do que devia.
Paolo Maldini defendia o Milan até outro dia, em 2009, superando os 900 jogos pelo rubro-negro. Até meia dúzia de anos atrás, Favalli, com "só" 401 jogos, virava um herói da resistência, só que da Lazio, e sem ser bem uma lenda da bola, como os outros citados.
Também pode haver a impressão de que Rogério só conseguiu os mil jogos pelo seu clube porque é goleiro.
Na lista de recordistas em partidas dos clubes mais famosos do planeta, os arqueiros são minoria. Um outro caso é o de Carrizo, mito do River Plate que jogou entre as décadas de 40 e 60 e fez 520 atuações com a camisa dos Millonarios, time que negociou tantos craques nas últimas décadas e que hoje está na segunda divisão esperando por alguma nova referência de peso.
Fato é que o mercado cada vez mais competitivo não tem impedido vários profissionais de bater recordes de uso de uma camisa. Eu mesmo estou para completar 17 anos de Folha sem ser um Giggs, um Rogério...

RECORDE DE JOGOS
Maldini (Milan), 902
Giggs (M. United), 878
Callaghan (Liverpool), 856
Perryman (Tottenham), 854
Ron Harris (Chelsea), 795
Bergomi (Inter), 758
Raúl (Real Madrid), 741
Xavi (Barcelona), 723
O' Leary (Arsenal), 722


Texto Anterior: Sócrates: Ídolo quer se envolver em ação contra alcoolismo
Próximo Texto: A rodada: Com o Engenhão cheio, Botafogo goleia e assume posto de vice-líder
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.