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Técnico arma Palmeiras com três atacantes, fragiliza seu meio-campo e leva um gol após o outro do Corinthians
Revolução de Picerni dura só dez minutos
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o Palmeiras já era obrigado a
entrar em campo com a zaga desfigurada, Jair Picerni conseguiu
completar o serviço e desmontou
os demais setores da equipe.
O técnico, que prometera uma
revolução no futebol mundial, colocando o Palmeiras em campo
com um esquema dos mais ofensivos, apresentou, de fato, uma escalação ousada. Só que a estratégia começou a ruir aos 10min,
quando o Corinthians fez 1 a 0, e
desmontou de vez aos 16min,
quando o placar já era de 3 a 0.
Picerni utilizou três atacantes
-Muñoz, Thiago Gentil e Anselmo-, quando costumava usar
apenas um ou dois, mas acabou
fragilizando muito o meio-campo
palmeirense, presa fácil para o
Corinthians, que saiu do Morumbi comemorando a vitória por 4 a
2 e a classificação para a final.
Desde o início, os corintianos
ganharam a disputa no setor e, se
o time do Parque Antarctica tinha
dificuldades de iniciar as jogadas
ofensivas, o do Parque São Jorge
não. Aos 16min da etapa inicial, o
Corinthians já vencia por 3 a 0 enquanto sua torcida gritava olé.
E poderia ter conseguido um
placar ainda maior, não fosse
uma bela defesa de Marcos em
chute de Gil de fora da área logo
aos 5min de jogo.
Liedson, de cabeça, marcou o
primeiro gol aos 10min. O goleiro
Marcos não foi bem no lance e,
apesar de ter tocado na bola, não
conseguiu tirá-la do gol. Dois minutos depois Gil entraria livre na
área para fazer 2 a 0. O terceiro
gol, aos 16min, aconteceu após rebatida de Marcos para a frente
que Gil não desperdiçou.
Sem Índio e Leonardo, suspensos, Gláuber, Dênis e Gustavo,
contundidos e Alceu, não liberado pela CBF de amistosos na Malásia pela seleção sub-20, a improvisada defesa palmeirense, com
Everaldo e Claudecir, demonstrou muita fragilidade.
O Palmeiras ontem fez apenas
55 desarmes na fase inicial quando a média do time no Paulista era
de 64 por tempo de jogo. Deixou
ainda o Corinthians finalizar 11
vezes na primeira etapa, três a
mais do que a média da equipe de
Geninho por tempo de jogo no
campeonato.
Na fase inicial, o time de Picerni
teve poucos bons momentos. Em
um deles, aos 22min, o colombiano Muñoz chutou no travessão e,
no rebote, a bola bateu em Fabrício e entrou.
Na tentativa de reforçar o meio-campo palmeirense e passar a dominar as ações, Picerni sacou Anselmo e colocou Pedrinho em seu
lugar ainda no primeiro tempo.
Apesar de o rival ter melhorado
com a alteração, foi o Corinthians
que voltou a marcar, agora com
Rogério, aos 41min, aproveitando
cobrança de pênalti.
No segundo tempo, com o
meio-campo mais forte do que no
início do jogo, o Palmeiras conseguiu não só equilibrar as ações como ser, em vários momentos, melhor do que o adversário.
Depois de quase ter marcado o
segundo gol -o goleiro Doni fez
bela defesa após chute de Neném-, a equipe do Parque Antarctica conseguiu diminuir novamente o placar, outra vez por
intermédio de Muñoz, um dos
poucos a ser aplaudido pela torcida palmeirense.
Aos 28min, quando sua equipe
ainda teria que marcar três gols
-e não sofrer nenhum- para ir
à decisão do Paulista, Picerni resolveu voltar a jogar com três atacantes, indo para o ""tudo ou nada". O treinador colocou Edmílson em lugar do veterano Zinho,
que deixou o gramado vaiado.
Mas não adiantou. Enquanto vê
o Corinthians na final, ao Palmeiras, agora, restam a Copa do Brasil e... a segunda divisão do Brasileiro.
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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