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FUTEBOL
Time, que fracassou nos primeiros jogos dos mata-matas em 2002 e acabou eliminado, pode perder até de 4 hoje
São Paulo joga sob tranquilidade atípica
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A tranquilidade que o São Paulo
terá hoje na partida contra a Portuguesa Santista não é sentida no
clube há dois anos. A equipe só
não avançará às finais do Paulista
se perder hoje, em Santos, às 11h,
por uma diferença de cinco gols.
O "bálsamo" é festejado com
prudência pelo técnico Oswaldo
de Oliveira, mas jogadores e diretores estão entusiasmados com a
possibilidade de embalar e não ter
dificuldades em atropelar os próximos adversários -tanto no Estadual como na Copa do Brasil.
"Jogadores, torcedores e diretores ficaram satisfeitos com aquela
partida [5 a 0 contra Santista, na
quinta-feira]. Desta vez estamos
crescendo na hora certa. Azar da
Santista", disse o meia-atacante
Kaká, que era praticamente desconhecido quando sua equipe saboreou pela última vez a sensação
de entrar em campo com o resultado "pronto".
Desde que goleou o Botafogo na
partida de ida da final do Torneio
Rio-São Paulo de 2001 (4 a 1), o time do Morumbi só amargou resultados ruins nos primeiros jogos de mata-matas decisivos.
Pior: não conseguiu reverter o
quadro nos jogos de volta.
No ano passado, foram três fracassos nas três principais competições que disputou.
No Brasileiro, depois de terminarem com folga na primeira posição na fase de classificação, os
são-paulinos foram eliminados
pelo Santos. O time de Emerson
Leão, que depois se sagraria campeão nacional, venceu o primeiro
jogo das quartas-de-final por 3 a 1
(na Vila Belmiro) e o segundo por
2 a 1 (no Morumbi).
Antes, duas vezes diante do Corinthians, a equipe então dirigida
por Nelsinho Baptista caiu nos
mata-matas da semifinal da Copa
do Brasil e da final do Torneio
Rio-São Paulo. Nos dois casos o
time caiu no primeiro confronto
(2 a 0 e 3 a 2) e depois não conseguiu se recuperar. Nelsinho deixou o clube, e para a sua vaga foi
contratado Oswaldo de Oliveira.
Cautela e euforia
"Sair atrás sempre é mais difícil,
claro. Desta vez estamos praticamente classificados, mas não podemos esquecer que faltam 90 minutos. O futebol tem exemplos de
times que heroicamente conseguiram reverter placares elásticos.
Temos que confirmar a classificação antes de pensar no futuro",
disse o cauteloso Oliveira, já irritado com o clima de oba-oba criado após a goleada sobre a Santista.
O treinador credita exatamente
a tal clima de euforia o fracasso no
último Nacional. Acreditava que
as derrotas para o Santos haviam
se tornado uma lição para todos.
Mas as declarações de dirigentes
são-paulinos, que já dão a conquista do título de campeão Paulista como certa, e a festa dos jogadores, que como Luis Fabiano já
falam em artilharia, acenderam o
sinal de alerta no clube.
Antes de saber qual seria o adversário do São Paulo na final do
Estadual -caso o time ratifique a
classificação hoje-, o diretor de
futebol do clube, Carlos Augusto
Barros e Silva bradava que não se
preocupava nem com Corinthians nem com Palmeiras, "que,
certamente, serão vice".
Já Luis Fabiano, que com os três
gols que marcou na primeira partida da série semifinal pulou para
a vice-liderança do ranking de artilheiros do campeonato, passou
as vésperas da partida de hoje festejando a volta da sua boa forma e
reclamando reconhecimento da
torcida. Certo da sua contribuição
para os bons resultados do São
Paulo, o atacante ameaçou até
deixar a equipe se "a pressão chegar a níveis insuportáveis".
"Não consigo entender por que
os torcedores me vaiam. Fui artilheiro no ano passado, ajudo o time. Mas tudo bem. Não vai acontecer comigo o que aconteceu
com o Dodô [que depois de brilhar pelo São Paulo, deixou o time desprestigiado". Se eu achar
que não estou sendo respeitado,
vou embora. Troco de time", desabafou o atacante.
NA TV - SBT, Globo e ESPN
Brasil, ao vivo, às 11h
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