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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

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BASQUETE

Atletas da NBA reivindicam parte do que a federação norte-americana arrecadará com patrocínio em Atenas-2004

Cachê emperra retorno do "Dream Team"

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o prestígio abalado após o fracasso em casa no Mundial de 2002, a seleção americana masculina de basquete se vê em meio a uma polêmica mais de um ano antes da competição que pode reerguê-la, a Olimpíada de Atenas-2004: o pagamento para os astros da NBA que a disputarem.
Durante a semana, dois jogadores convidados para atuar na Grécia reclamaram do fato de a federação americana não prever pagamento para quem for atuar na Olimpíada, mesmo procedimento adotado em Sydney-2000.
Na terça-feira, o armador Ray Allen, do Seattle Supersonics, que esteve na Austrália e é um dos quatro já confirmados para atuar no Pré-Olímpico das Américas, em agosto, disse ser injusto que os atletas não sejam remunerados.
"Mesmo se nós não recebêssemos, eu toparia jogar. Mas sei que a federação ganha dinheiro com o licenciamento de camisas, a NBA também tem o seu lucro, então eles deveriam estipular uma espécie de cachê", declarou Allen.
Ele lembrou que tanto os atletas da primeira como da terceira versão do "Dream Team" (Time dos Sonhos), que atuaram em Barcelona-92 e em Atlanta-96, respectivamente, ganharam para jogar -em alguns casos, US$ 1 milhão.
Disse ainda que se os dirigentes fossem mais flexíveis, astros como o ala-pivô Kevin Garnett já teriam aceitado a convocação.
Allen tocou em um ponto delicado, a disposição para abdicar das férias no verão no Hemisfério Norte para defender o país.
Há três anos, por exemplo, o pivô Shaquille O'Neal e o armador Kobe Bryant, ambos do hoje tricampeão Los Angeles Lakers, recusaram o chamado olímpico.
No Mundial de Indianápolis, no ano passado, sem os principais atletas da liga, a seleção terminou em sexto lugar, a pior campanha de sua história na competição.
No dia seguinte às declarações de Allen, foi a vez de o consagrado ala-pivô Karl Malone, do Utah Jazz, presente nos Jogos de 1992 e de 1996 e sondado para 2004, engrossar o coro dos descontentes.
"Eu vejo a federação com 15 patrocinadores e, como atleta, acho que devemos ser pagos. Nós estamos nos comprometendo a jogar por eles e a conquistar o ouro novamente, mas não vejo a mesma atitude por parte deles. Sério, tem que ser 50% cada", disse Malone, que, assim como Bryant, estuda o convite com seus advogados.
"Você dá a eles [dirigentes" acesso à sua vida inteira". "E há um artigo sobre doping segundo o qual, no verão, aonde quer que você vá tem que ligar para avisar."



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