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BASQUETE
Atletas da NBA reivindicam parte do que a federação norte-americana arrecadará com patrocínio em Atenas-2004
Cachê emperra retorno do "Dream Team"
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o prestígio abalado após o
fracasso em casa no Mundial de
2002, a seleção americana masculina de basquete se vê em meio a
uma polêmica mais de um ano
antes da competição que pode
reerguê-la, a Olimpíada de Atenas-2004: o pagamento para os
astros da NBA que a disputarem.
Durante a semana, dois jogadores convidados para atuar na Grécia reclamaram do fato de a federação americana não prever pagamento para quem for atuar na
Olimpíada, mesmo procedimento adotado em Sydney-2000.
Na terça-feira, o armador Ray
Allen, do Seattle Supersonics, que
esteve na Austrália e é um dos
quatro já confirmados para atuar
no Pré-Olímpico das Américas,
em agosto, disse ser injusto que os
atletas não sejam remunerados.
"Mesmo se nós não recebêssemos, eu toparia jogar. Mas sei que
a federação ganha dinheiro com o
licenciamento de camisas, a NBA
também tem o seu lucro, então
eles deveriam estipular uma espécie de cachê", declarou Allen.
Ele lembrou que tanto os atletas
da primeira como da terceira versão do "Dream Team" (Time dos
Sonhos), que atuaram em Barcelona-92 e em Atlanta-96, respectivamente, ganharam para jogar
-em alguns casos, US$ 1 milhão.
Disse ainda que se os dirigentes
fossem mais flexíveis, astros como o ala-pivô Kevin Garnett já teriam aceitado a convocação.
Allen tocou em um ponto delicado, a disposição para abdicar
das férias no verão no Hemisfério
Norte para defender o país.
Há três anos, por exemplo, o pivô Shaquille O'Neal e o armador
Kobe Bryant, ambos do hoje tricampeão Los Angeles Lakers, recusaram o chamado olímpico.
No Mundial de Indianápolis, no
ano passado, sem os principais
atletas da liga, a seleção terminou
em sexto lugar, a pior campanha
de sua história na competição.
No dia seguinte às declarações
de Allen, foi a vez de o consagrado
ala-pivô Karl Malone, do Utah
Jazz, presente nos Jogos de 1992 e
de 1996 e sondado para 2004, engrossar o coro dos descontentes.
"Eu vejo a federação com 15 patrocinadores e, como atleta, acho
que devemos ser pagos. Nós estamos nos comprometendo a jogar
por eles e a conquistar o ouro novamente, mas não vejo a mesma
atitude por parte deles. Sério, tem
que ser 50% cada", disse Malone,
que, assim como Bryant, estuda o
convite com seus advogados.
"Você dá a eles [dirigentes"
acesso à sua vida inteira". "E há
um artigo sobre doping segundo
o qual, no verão, aonde quer que
você vá tem que ligar para avisar."
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