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"Nanico" reergue time e prova que tamanho não é documento na NBA
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Na temporada com maior estatura média dos jogadores nos últimos 16 anos (2,017 m), a NBA, paradoxalmente, hoje contempla o
raro sucesso de um "nanico".
Embora reserva no Golden State Warriors, Earl Boykins, 26, 1,65
m, tem sido um dos destaques da
equipe que mais evoluiu em relação à última temporada.
Com 30 vitórias em 61 jogos, o
Golden State estava, até anteontem, a apenas três vitórias do
Phoenix Suns, que então ocupava
a oitava e última vaga da Conferência Oeste nos playoffs.
Sem equipe no início da temporada, em outubro, Boykins só assinou contrato com os Warriors
no fim de novembro. Desde então, o tradicional saco de pancadas (57 vitórias nas últimas três
temporadas, performance superior apenas à do Chicago Bulls)
venceu 26 de 47 partidas. Na terça-feira, a equipe chegou aos 50%
de aproveitamento pela primeira
vez desde 1993/94, a sua derradeira aparição nos mata-matas.
Segundo atleta mais baixo da
história da NBA (atrás apenas do
também armador Muggsy Bogues, 1,60 m, que atuou 15 temporadas entre 1987 e 2001), Boykins
é 64 cm menor do que o pivô
Shawn Bradley, o mais alto da liga. Ele diz que a estatura lhe confere uma vantagem, não o contrário. Porque a pressão, argumenta,
recai sobre quem deve marcá-lo.
No Golden State, ele tem desempenhado uma função estratégica, atuando principalmente no
último quarto. Aproveita a agilidade que lhe é característica, devido ao seu tamanho, para acelerar
o jogo em quadra. Tem guiado a
equipe ao sucesso. Em oito ocasiões marcou pelo menos dez
pontos nesse período. Em sete delas, o resultado final foi a vitória.
"Eu costumo atuar melhor no
fim das partidas. A concentração
e o foco são mais importantes.
Torna-se mais um jogo mental do
que físico", disse Boykins, que
tem registrado no torneio os melhores números de sua carreira.
Em 21 minutos, ele tem médias
de 9,8 pontos e 3,7 assistências
por partida. É o segundo melhor
da liga na estatística que divide as
assistências pelos desperdícios
em quadra e o sexto no aproveitamento dos lances livres.
Antes de chegar a Oakland,
Boykins atuou em uma liga secundária (CBA) e teve passagens
apagadas por outras quatro equipes da NBA. Na mais longa, disputou só 78 jogos em duas temporadas no Los Angeles Clippers.
"Era só uma questão de tempo.
Sentia que para minha carreira
deslanchar teria que apostar e esperar para ser o primeiro reserva", disse, em referência a outras
propostas que teve, antes dos
Warriors, sempre para atuar como segundo reserva da posição.
Com agências internacionais
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