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JUDÔ
Nos tatames de Pequim, Guilheiro é conselheiro
Bronze em Atenas transmite calma aos novatos agora
DO ENVIADO A PEQUIM
Único medalhista de Atenas
a integrar a atual seleção brasileira de judô, apontada como a
mais promissora da modalidade no país, Leandro Guilheiro
chegou zen à sua segunda
Olimpíada. E, mesmo sem buscar tal condição, virou referência dentro da equipe.
O judoca santista comparou
o desembarque na China ao
que viveu há quatro anos, na
Grécia, de onde saiu com a medalha de bronze no peito.
"Desta vez chego muito mais
tranqüilo, sereno e com uma
paz interior muito grande. Estou bem tranqüilo, diferentemente de quatro anos atrás,
quando estava mais ansioso",
disse ele, para quem a nova realidade é um trunfo, pois lhe
permite competir mais seguro.
Essa atitude faz o atleta, que
completou 25 anos na véspera
da cerimônia de abertura, servir de exemplo aos mais novos.
Eduardo Santos, representante do peso médio, por exemplo, afirmou que já recorreu
mais de uma vez a Guilheiro como conselheiro.
"Ele e o Tiago [Camilo] falaram de comportamento. Disseram que não tem nada de diferente na Olimpíada, que é preciso se concentrar e esquecer o
resto do mundo. Deram boas
orientações", falou o atleta dos
90 kg, que revelou ter sentido
uma boa dose de ansiedade ao
entrar na Vila Olímpica.
Justamente para tratar de
acalmar tal ansiedade, ele contou ter recorrido a Guilheiro.
"Perguntei pro Leandro como é estar ali na ponta do tatame, na boca para entrar na luta.
Se aperta muito. Falou que é
melhor manter a tranqüilidade,
pois não tem nenhum bicho-de-sete-cabeças do outro lado.
Disse que todos são iguais."
Guilheiro desconversou ao
ser indagado sobre a condição
de exemplo, preferindo repartir com os colegas a incumbência de tranqüilizar os novatos.
"Apesar de a Olimpíada ser
um pouco diferente, pelo clima
e tal, a equipe já é meio que vacinada com esse tipo de evento
grande. A gente vai se ajudando
mutuamente dentro do time.
Falo uma coisa um dia, outro
cara fala outra...", declarou o
atleta do clube Pinheiros.
No Pan carioca, há um ano,
foi dele a iniciativa de pegar o
microfone e pedir ao público
que arremessava objetos à área
de lutas que se acalmasse. Na
ocasião, ainda que abatido pela
perda do título (foi prata), ele
insistiu que os cubanos, alvo da
ira dos torcedores, não deviam
ser tratados como inimigos.
Sua conduta foi elogiada
também há quatro anos, quando, calouro na Olimpíada, evitou as distrações da Vila Olímpica bem melhor que alguns judocas que tinham chegado a
Atenas mais tarimbados.
Mais experiente, menos nervoso e numa temporada em
que não teve que lutar contra
lesões, crê ter plenas condições
de voltar ao pódio, talvez em lugar mais alto.
(LUÍS FERRARI)
7min40s
foi o tempo que o judoca sul-coreano
Choi Min-ho, ouro no peso ligeiro (até
60 kg), permaneceu no tatame em
suas cinco lutas, todas ganhas por ippon. A vitória mais rápida, em 24 segundos, foi conquistada sobre o holandês Ruben Houkes, que ficaria, depois,
com uma medalha de bronze. No ligeiro feminino (até 48 kg), a medalhista
de ouro foi a romena Alina Dumitru.
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