São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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TÊNIS

Nada como um dia após o outro...


Entre rostos novos, Federer e Serena mostram que os velhos campeões não "perdem a mão" facilmente

REGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

PELA PRIMEIRA vez em quatro anos, Roger Federer chegava a um torneio de primeira linha e não via seu nome no topo da tabela. Ao contrário: no telão que exibia a chave do Aberto dos EUA, aparecia quase no chão, no pé, lugar destinado ao cabeça-de-chave número dois. Desta vez, os holofotes estavam em um garoto cabeludo, espanhol, novo número um, vencedor dos últimos dois Grand Slams, ouro na recém-encerrada Olimpíada, agora em busca da consagração em NY. Sobre Federer, o outrora imbatível, desconfiança, algumas críticas, um pouco de descaso, piadinha aqui e ali. Com o nome já gravado na história do tênis, aos 27 bem vividos anos, mais de US$ 40 milhões no bolso, família estruturada, namorada e coisas para fazer em qualquer lugar do mundo, por que se submeter a tudo isso com sangue-frio? A mesma pergunta cabia a Serena Williams, ex-número um, história fantástica, de vida e carreira, mais de US$ 20 milhões na conta, interesses variados, amigos inúmeros, que chegava a Nova York quase desacreditada. A veterana de 26 anos era a última na extensa lista das que poderiam sair como líder do ranking. No meio de tantos jovens, coloridos e sorridentes, como Rafael Nadal, Andy Murray, Novak Djokovic, Juan Martin del Potro e Stanislas Wawrinka, Ana Ivanovic, Dinara Safina, Agnieszka Radwanka, Caroline Wozniacki e Jelena Jankovic, Federer e Serena entraram no Aberto dos EUA parecendo nomes velhos, decadentes e fora de moda. Pouco falaram ou apareceram no torneio. Em quadra, um repertório já conhecido, e lá estavam na final. Federer deu uma verdadeira aula de tênis. Serena mostrou seus melhores golpes, uma cabeça de campeã e não deu a mínima chance. Murray e Jankovic, jovens, talentosos, empolgados e empolgantes, mostraram que existem novas caras. Mas Federer e Serena deixaram claro que existem velhos campeões. Que sobem, descem, encaram fases ruins, mas não perdem o tino de vencedor, não jogam a toalha cedo e não se importam com o resto -ganhar é, no fundo, o que sabem fazer.

EM ZADAR
Com Thomaz Bellucci, Thiago Alves, André Sá e Marcelo Melo, o país envia o que tem de melhor hoje para a Copa Davis na Croácia.

NOS FUTURES
Fortaleza recebe no Ideal Clube o Microsol Open de Tênis. Leonardo Kirche perdeu a final em São José do Rio Preto para o argentino Juan-Pablo Amado. Nanda Alves ficou com o título em Barueri.

EM SÃO PAULO
Após qualificatório, Osni Santos Jr, Felipe Gigliotti, Beatriz Haddad Maia e Carla Forte representarão o país no Master do Nike Junior Tour, nos EUA, em outubro.

reandaku@uol.com.br


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