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FUTEBOL
Etna
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pensavam que ele estava
morto. Deixaram-no em segundo plano. Porém o gigante
não está mais adormecido.
O futebol italiano dá fortes sinais de vida. Juventus e Milan jogam hoje pelo campeonato nacional mais significativo da Europa,
e a partida pode ser prévia da decisão da Copa dos Campeões.
Não há exagero. O ""Trio de Ferro" formado por Inter, Milan e Juventus entrou em erupção de novo. A briga pelo scudetto será bem
quente. Mais: os três devem espalhar suas cinzas para fora da Itália, chegando aos mata-matas do
principal interclubes europeu.
Desde 1998 um time italiano
não alcança a final da Copa dos
Campeões (desde 1996 não conquista a taça). Nesse período houve até final espanhola. O Real
Madrid criou razoável hegemonia e, com o esquadrão montado
para esta temporada, dava pinta
de que varreria a concorrência.
Bola rolando, e o Milan mostrou de pronto a melhor defesa da
Europa (Nesta, Maldini, Simic,
Dida...). No Italiano, mostrou
também o melhor ataque (22
gols). O time tem talento, equilíbrio e camisa para voltar aos
anos dourados (final dos 80 e começo dos 90). Carlo Ancelotti, que
viveu os bons tempos, foi descartado pela Juventus por ser retranqueiro, mas a resposta pode ser
dada hoje mesmo no Delle Alpi.
A Inter caminha firme mesmo
sem Ronaldo rumo ao título que
busca desde 1989. A vitória por 4 a
3 no meio de semana sobre o Empoli fora de casa e a boa fase de
Crespo fazem lembrar um pouco
a campanha do time 13 anos
atrás (o argentino funciona como
Serena, artilheiro daquele ano).
A média de gols do Italiano,
aliás, é bem boa (2,65 gols por jogo). O placar mais comum no
campeonato até agora é 2 a 0
-todos os outros Nacionais europeus de grande e médio porte
têm 1 a 0, 1 a 1 ou 2 a 1 como placar mais comum na temporada.
A Juventus vem em terceiro na
tabela, mas já cansou de dar mostras ao longo da história de que
não pode ser descartada. Sua trajetória na Copa dos Campeões
também a coloca como time ""encardido" fora da grande bota.
Lazio e Parma, reconhecidamente decadentes, ocupam boa
posição no torneio e fazem duelo
interessante neste final de semana. A crise financeira da equipe
romana chegou ao ápice (pode esbarrar no Santos aqui por causa
da Cirio). Porém no campo o time
está só um ponto atrás da Juve.
O renascimento do futebol italiano, no entanto, não é completo.
Isso porque a seleção corre sério
risco de ficar de fora da Eurocopa-2004. A derrota para o País de
Gales e o empate em casa com a
Iugoslávia deixaram o time em
um grande buraco. Com a manutenção do técnico Giovanni Trapattoni, o buraco pode virar em
breve uma verdadeira cratera.
Luiz Felipe Scolari poderia até
não ser a solução para a Azzurra,
mas algo diferente deveria ser feito. Clubes fortes e seleção frouxa
sempre foi a marca da Espanha.
Mas a disputa dos dois países pela
liga, pelos clubes e pelos jogadores
mais badalados do mundo não
inverteu de todo ainda as coisas.
A mídia internacional, na esteira do Real Madrid e de Ronaldo,
virou seu foco para o Espanhol e
deu uma certa gelada na Itália.
No centenário do time espanhol e
no ano da Copa de Ronaldo, o casamento deles ainda não explodiu. A remota Sicília, porém, começou a roubar um pouco a cena
nos últimos dias com o Etna.
Fogo
Na programação da RAI para este domingo, dois pratos quentes:
Lazio x Parma (11h25) e Juventus x Milan (19h30).
Fumaça
O jogo entre Ajax e Roda pelo Campeonato Holandês, anteontem,
começou 15 minutos atrasado. Isso porque os torcedores do time
de Amsterdã ficaram presos no trânsito (o Ajax jogou fora de casa
e ficou no 1 a 1). Isso é que é mesmo respeito pelo torcedor.
Extinto
Batistuta já disse o que fará. Encerra a carreira no Boca Juniors.
Ativo
Neste final de semana, uma novidade que pode fazer época no Brasil: teria início em São Paulo de fato o primeiro Estadual de futebol
de areia. Seria o primeiro interclubes da modalidade no país.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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