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FUTEBOL
Integrantes de Paulista e São Caetano guardam boas e más recordações do estádio que abrigará finais do Estadual
Fantasmas do Pacaembu cercam decisão
Juca Varella/Folha Imagem
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O técnico do São Caetano, Muricy Ramalho, que prevê uma disputa aberta hoje à tarde no Pacaembu, comanda treino com os reservas de sua equipe, anteontem
MARCUS VINICIUS MARINHO
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Seria apenas uma decisão de
Campeonato Paulista em um estádio neutro. Seria, se esse estádio
não fosse o Pacaembu e se os finalistas do Estadual não fossem o
Paulista e o São Caetano.
Isso porque o estádio mais
aconchegante do futebol paulista
-que hoje, a partir das 16h, abriga o primeiro dos jogos que coroarão uma das duas equipes como campeã pela primeira vez na
história- foi palco de partidas
inesquecíveis. No bom sentido
para Zetti, o técnico do time de
Jundiaí, e no mau sentido para
para o clube do ABC.
Para Zetti porque, quando goleiro, ele fez no gramado do estádio municipal aquela que classifica como a melhor atuação de sua
carreira sob as traves.
O ano era 1994. Na noite de 27
de abril, o então camisa um do
São Paulo evitou uma goleada do
arqui-rival Palmeiras. Naquele jogo, válido pela Taça Libertadores
da América, o atual treinador do
Paulista garantiu um 0 a 0, parando uma equipe que contava, entre
outros, com Roberto Carlos,
Evair, Edmundo e Edílson.
Aquela foi uma partida perfeita
para o então goleiro são-paulino,
tão perfeita quanto à que Zetti
agora exorta seus comandados a
realizarem hoje. "Para sermos
campeões, temos de fazer pelo
menos uma partida perfeita, como aquela. O grande jogo está para chegar. Só não sei qual vai ser",
profetiza o técnico do Paulista.
Apesar do discurso do técnico,
o goleiro Márcio, o jogador mais
elogiado do time de Jundiaí nos
dois confrontos das semifinais
contra o Palmeiras, se esquiva da
tal perfeição pedida por Zetti.
"Não dá para alguém fazer uma
partida perfeita. O futebol de hoje
é muito igual, muito competitivo", diz Márcio, que também
guarda boas recordações do Pacaembu. "Fui campeão da Copa
São Paulo [de juniores] lá, em
2000", relembra.
O estádio paulistano também
guarda em suas memórias de
quase 64 anos uma história ligada
ao São Caetano. Mas a lembrança
que ficou não é tão doce quanto a
de Zetti. Foi lá, em 2002, que o São
Caetano conseguiu chegar o mais
próximo que já esteve de conquistar um título na elite do futebol e
entrar definitivamente para o rol
dos times grandes, mas viu seu
sonho de grandeza se esvair após
uma disputa de pênaltis.
O jogo era o segundo das finais
da Libertadores, e o time do ABC
vinha de uma vitória fora de casa
(1 a 0) contra os paraguaios do
Olimpia e precisava apenas de um
empate em casa para ser campeão. Chegou a inaugurar o marcador, mas acabou derrotado no
tempo normal (2 a 1) e nas penalidades (4 a 2). Um Pacaembu lotado de simpatizantes do São Caetano assistiu ao desfecho infeliz.
"Às vezes sonho com aquele jogo. Quando estou pensando na vida, penso que poderíamos ter ganho", diz o zagueiro Dininho, um
dos remanescentes no elenco.
"Mas apesar disso, gosto de jogar
no Pacaembu", ameniza.
"Depois daquela final, não bato
mais pênalti. Não consigo me esquecer daquele dia", relata o zagueiro Serginho, que perdeu a última cobrança e selou a derrota
do São Caetano naquela final.
A decisão que começa hoje é a
primeira desde 1990, num Paulista com a presença dos quatro
grandes do Estado desde o início,
a não contar com nenhum deles.
Naquele ano, Bragantino e Novorizontino foram os finalistas.
NA TV - Paulista x São
Caetano, ao vivo, na Globo,
Record e Sportv, às 16h
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