DO ENVIADO A DUBAI

A Olimpíada seria a cereja do bolo para Dubai. Um bolo que vem sendo preparado há tempos, às custas de bilhões de petrodólares.
Na década passada, parte do mundo árabe, Emirados à frente, decidiu diversificar suas atividades. O petróleo, afinal, um dia vai acabar -o mundo possui 700 bilhões de barris de reservas comprovadas, ou apenas 30 anos de consumo pela frente.
Uma das saídas foi oferecer benefícios fiscais para atrair multinacionais.
Outra foi o turismo. Hoje, a despeito da tensão na região, Dubai é um dos destinos preferidos de europeus em férias. A cidade é uma sucessão de campos de golfe e de hotéis cinco estrelas.
Deu certo. Entre 1996 e 2002, a ocupação hoteleira duplicou. A Emirates Airlines, companhia aérea estatal, já opera em 52 países.
Outra saída, mas também relacionada ao turismo, foi atrair grandes feiras comerciais e eventos esportivos.
Dubai recebe todos os anos a elite do golfe e do tênis. Doha, no vizinho Qatar, também está no calendário da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). E o Bahrein, a 45 minutos de vôo dos Emirados, abrigou na última semana o primeiro GP do Oriente Médio.
No ano passado, os Emirados Árabes organizaram o Mundial sub-20 de futebol, que teve o Brasil campeão.
Nada disso, porém, passa perto de uma Olimpíada.
Sydney, há quatro anos, recebeu 1 milhão de turistas.
"Nesse cálculo, não podemos colocar só os turistas que passariam por aqui durante os Jogos. Temos que contar também a visibilidade que alcançaríamos em todo o mundo. As pessoas esqueceriam o estereótipo de que o Oriente Médio é abrigo de terroristas", disse Abdul-Rahman Falaknaz, um dos investidores do projeto.
Além de Dubai, outras cidades já manifestaram interesse nos Jogos de 2016 -a escolha para 2012 acontecerá no ano que vem. Roterdã (Holanda), Santiago (Chile), Bruxelas (Bélgica), Busan (Coréia do Sul), e Minneapolis (EUA) são potenciais rivais dos árabes. (FSX)


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