São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Após desistência do Malutrom, competição começa hoje e corre risco de perder pelo menos mais um dos integrantes

Crise financeira marca o início da Série B

KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Utilizada pelo clubes de pequeno e médio porte do país como trampolim para a principal divisão do futebol nacional, a Série B do Campeonato Brasileiro, que começa hoje com sete partidas e 25 clubes, está fadada a uma crise, motivada pela falta de dinheiro dos times que disputam o torneio.
O primeiro indício da deficitária situação dos clubes foi a desistência do Malutrom-PR, que abandonou a competição na última semana alegando falta de dinheiro.
Até o final de seu expediente, anteontem, a CBF ainda estudava a inclusão de mais um clube na Série B para não comprometer a tabela, contudo ainda não havia divulgado uma decisão.
Para superar os efeitos da recessão econômica, dois dos seis clubes de São Paulo que integram a Série B tiveram de buscar alternativas para se manter na disputa.
O XV de Piracicaba, um dos times mais tradicionais do interior de São Paulo, formalizou uma parceria com o Palmeiras. O clube da capital cedeu nove jogadores que não seriam aproveitados no Brasileiro da Série A.
Pelo acordo firmado, o Palmeiras se compromete a pagar os salários dos nove atletas.
"Se não fosse essa parceria, nós não teríamos condições de disputar o campeonato", afirmou o presidente da equipe de Piracicaba, Renato Bonfiglio.
Além da parceria, o XV conta com a colaboração de torcedores, da prefeitura e de um patrocinador, totalizando um montante de R$ 20 mil mensais.
"O custo mensal do nosso time é de R$ 35 mil. Caso não consigamos o restante da quantia nos próximos dias, seremos obrigados a abandonar o Brasileiro na terceira rodada", disse Bonfiglio.
O Bragantino, que conquistou o vice-campeonato brasileiro em 91, seguiu a mesma receita.
O clube fechou uma parceria com o Vasco, de Eurico Miranda. "Quando a crise financeira aperta, temos que apelar para os amigos", afirmou o presidente Marco Antônio Abi Chedid.
Segundo o presidente do Jundiaí, Eduardo Santos Palhares, os clubes da Série B vão receber uma cota no total de R$ 5 milhões -da CBF, do Clube dos 13 e da TV.
Há dois meses, o Jundiaí perdeu o patrocínio da multinacional Parmalat, que encerrou seus investimentos no futebol brasileiro.
"Calculamos que é preciso mais R$ 1 milhão para que os clubes não tenham prejuízo. Só em passagens de avião, os clubes gastarão mais de R$ 200 mil para percorrer cerca de 80 mil quilômetros pelo país", afirmou Palhares.
A segunda divisão nacional será realizada em turno único. Os oito primeiros colocados passam às quartas-de-final, que será disputada no sistema mata-mata.
De acordo com o regulamento, o campeão e o vice da Série B garantem vaga na principal divisão do futebol brasileiro em 2003.
O Botafogo-SP, o Mogi Mirim e o União São João são os outros paulistas na competição.


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