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FUTEBOL
Após desistência do Malutrom, competição começa hoje e corre risco de perder pelo menos mais um dos integrantes
Crise financeira marca o início da Série B
KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Utilizada pelo clubes de pequeno e médio porte do país como
trampolim para a principal divisão do futebol nacional, a Série B
do Campeonato Brasileiro, que
começa hoje com sete partidas e
25 clubes, está fadada a uma crise,
motivada pela falta de dinheiro
dos times que disputam o torneio.
O primeiro indício da deficitária
situação dos clubes foi a desistência do Malutrom-PR, que abandonou a competição na última semana alegando falta de dinheiro.
Até o final de seu expediente,
anteontem, a CBF ainda estudava
a inclusão de mais um clube na
Série B para não comprometer a
tabela, contudo ainda não havia
divulgado uma decisão.
Para superar os efeitos da recessão econômica, dois dos seis clubes de São Paulo que integram a
Série B tiveram de buscar alternativas para se manter na disputa.
O XV de Piracicaba, um dos times mais tradicionais do interior
de São Paulo, formalizou uma
parceria com o Palmeiras. O clube
da capital cedeu nove jogadores
que não seriam aproveitados no
Brasileiro da Série A.
Pelo acordo firmado, o Palmeiras se compromete a pagar os salários dos nove atletas.
"Se não fosse essa parceria, nós
não teríamos condições de disputar o campeonato", afirmou o
presidente da equipe de Piracicaba, Renato Bonfiglio.
Além da parceria, o XV conta
com a colaboração de torcedores,
da prefeitura e de um patrocinador, totalizando um montante de
R$ 20 mil mensais.
"O custo mensal do nosso time
é de R$ 35 mil. Caso não consigamos o restante da quantia nos
próximos dias, seremos obrigados a abandonar o Brasileiro na
terceira rodada", disse Bonfiglio.
O Bragantino, que conquistou o
vice-campeonato brasileiro em
91, seguiu a mesma receita.
O clube fechou uma parceria
com o Vasco, de Eurico Miranda.
"Quando a crise financeira aperta,
temos que apelar para os amigos", afirmou o presidente Marco
Antônio Abi Chedid.
Segundo o presidente do Jundiaí, Eduardo Santos Palhares, os
clubes da Série B vão receber uma
cota no total de R$ 5 milhões -da
CBF, do Clube dos 13 e da TV.
Há dois meses, o Jundiaí perdeu
o patrocínio da multinacional
Parmalat, que encerrou seus investimentos no futebol brasileiro.
"Calculamos que é preciso mais
R$ 1 milhão para que os clubes
não tenham prejuízo. Só em passagens de avião, os clubes gastarão mais de R$ 200 mil para percorrer cerca de 80 mil quilômetros pelo país", afirmou Palhares.
A segunda divisão nacional será
realizada em turno único. Os oito
primeiros colocados passam às
quartas-de-final, que será disputada no sistema mata-mata.
De acordo com o regulamento,
o campeão e o vice da Série B garantem vaga na principal divisão
do futebol brasileiro em 2003.
O Botafogo-SP, o Mogi Mirim e
o União São João são os outros
paulistas na competição.
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