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GINÁSTICA
Daiane e Jade escondem movimentos para a final
Duplo twist carpado e salto de 16,500 se tornam trunfos
DO ENVIADO A PEQUIM
Além de festejarem resultados históricos ontem, Daiane
dos Santos e Jade Barbosa pouparam para as finais da ginástica artística dos Jogos Olímpicos seus movimentos mais valiosos. Por parte da gaúcha, o
duplo twist carpado, movimento que leva seu nome e que a
consagrou em 2003. Pela atleta
carioca, um salto de nota de
partida mais alta (16,500).
""Na final, vou usar tudo o que
aprendi", indicou Daiane, 25.
Uma das atletas mais experientes da seleção e dona do
primeiro ouro do Brasil em
Mundiais, a gaúcha evitou dar
detalhes sobre as alterações
que fará em sua série no solo.
A intenção da brasileira é
surpreender, como ontem,
quando, segundo especialistas
ouvidos pela Folha, Daiane
lançou mão de acrobacias que
não vinha exibindo nos últimos
três anos, como duplo twist esticado e tsukahara estendido.
""Tenho uma semana [até a
final do solo] para tentar cravar
mais a chegada, que é o que eu
acho que estou precisando agora, e tentar uma série mais limpa", disse Daiane, que, também
presente à final por equipes,
crê que o Brasil possa ficar entre os quatro primeiros, atrás
só de EUA, China e Rússia.
""Dá para melhorar em relação ao que apresentamos até a
final por equipes [terça à noite]", resumiu Eliane Martins,
supervisora da Confederação
Brasileira de Ginástica.
Além de guardar o duplo
twist carpado (giro com duplo
mortal para a frente, com as
pernas esticadas), Daiane viu
sua apresentação -em que cometeu pequenos deslizes na
primeira e na última diagonal-
ser alvo de polêmicas ontem.
A arbitragem apontou que a
gaúcha pisou fora da linha -foi
descontado 0,10 ponto em sua
nota-, o que foi contestado pela ginasta e por dirigentes.
""Oleg [Ostapenko, técnico da
seleção], não foi fora, não foi",
gritou da tribuna Vicélia Florenzano, presidente da CBG.
Daiane citou imagens do telão. ""Deu para ver pelas imagens que não pisei fora." Ainda
assim, tirou 15,275, maior nota
brasileira do dia, ficando em
quinto, a 0,475 de Cheng Fei
(CHN), que liderou o solo.
As notas de Jade, 17, não geraram polêmica, mas ela também se preservou ontem. No
aquecimento do salto, sofreu
uma queda, por isso não arriscou. Baixou a nota de partida
de 16,500 para menos de 16.
Com isso, evitou falhas.
Na média dos dois saltos, somou 15,050, avançando em sétimo lugar, a 0,862 de Cheng,
que também dominou o salto.
A chinesa ainda ajudou sua
equipe a fechar o dia à frente
dos EUA. O país anfitrião somou 248,275 pontos, contra
246,800 das norte-americanas,
que viram Shawn Johnson se
classificar em primeiro lugar
no individual geral, com 62,725
pontos.
(EDUARDO OHATA)
Colaborou CRISTIANO CIPRIANO POMBO,
da Reportagem Local
59,500 PONTOS
obteve Jade Barbosa no
individual geral (soma de
todos os aparelhos), que
lhe rendeu o 12º posto.
Ela ficou 0,950 abaixo de
seu escore no Mundial de
Stuttgart-07, quando foi
bronze. "Estou muito feliz", foi sua única frase
após o evento, em que
chorou muito -levou até
lencinho à área de prova.
16
anos, 3 meses e 16 dias é
a idade da curitibana
Ethiene Franco, a mais
nova do grupo, que, em
seu primeiro ano em torneios adultos, abriu as
séries para as brasileiras
em todos os aparelhos.
"Um erro da primeira
atleta afeta todas as outras. Escolhemos Ethiene por ser segura", diz
Eliane Martins, da CBG.
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