São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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TIRO

Pódio une atletas dos dois países em guerra

Russa e georgiana se emocionam em premiação

DO ENVIADO A SHENYANG

Além da medalha de ouro da China, a imagem que vai ficar da prova da pistola de ar 10 m do tiro olímpico é o abraço e a emoção das medalhistas de prata e bronze.
Com seus países em conflito armado, que, segundo relatos, já matou entre 1.500 e 2.000 pessoas , Natalia Paderina, da Rússia, e Nino Salukvadze, da Geórgia, foram ao pódio em clima de emoção. A georgiana já cumprimentara a russa de forma efusiva após o último tiro.
"É uma medalha muito importante para a Geórgia, especialmente nestes tempos. Estou muito nervosa. São horas difíceis para nosso povo", afirmou Nino. Na final, ela acabou superada por Natalia e pela chinesa Guo Wenjun.
A delegação da Geórgia chegou até a cogitar abandonar a Olimpíada, mas recuou por solicitação do governo do país, em decisão que foi aplaudida pelo COI. "Isso reflete o espírito olímpico e os valores dos Jogos Olímpicos", afirmou a porta-voz do comitê, Giselle Davis.
Mas nem todos concordaram com a decisão do governo.
"Eu teria ido [de volta ao país]", afirmou nadador Iraki Revishvili, 18, que diz só não ter abandonado os Jogos de Pequim por medo de uma desqualificação por oito anos. "Esporte é uma coisa. Guerra é outra."
A disputa no tiro não deve ser a única que vai envolver os dois países, que disputam a região da Ossétia do Sul.
A Rússia, que não conseguiu ganhar um ouro nos dois primeiros dias de provas, e Geórgia estão entre os favoritos de outras modalidades, especialmente as de armas e combates. Na luta, os dois vizinhos estão entre as maiores forças e candidatas ao pódio. (PAULO COBOS)


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