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TIRO
Pódio une atletas dos dois países em guerra
Russa e georgiana se emocionam em premiação
DO ENVIADO A SHENYANG
Além da medalha de ouro da
China, a imagem que vai ficar
da prova da pistola de ar 10 m
do tiro olímpico é o abraço e a
emoção das medalhistas de
prata e bronze.
Com seus países em conflito
armado, que, segundo relatos,
já matou entre 1.500 e 2.000
pessoas , Natalia Paderina, da
Rússia, e Nino Salukvadze, da
Geórgia, foram ao pódio em clima de emoção. A georgiana já
cumprimentara a russa de forma efusiva após o último tiro.
"É uma medalha muito importante para a Geórgia, especialmente nestes tempos. Estou muito nervosa. São horas
difíceis para nosso povo", afirmou Nino. Na final, ela acabou
superada por Natalia e pela chinesa Guo Wenjun.
A delegação da Geórgia chegou até a cogitar abandonar a
Olimpíada, mas recuou por solicitação do governo do país, em
decisão que foi aplaudida pelo
COI. "Isso reflete o espírito
olímpico e os valores dos Jogos
Olímpicos", afirmou a porta-voz do comitê, Giselle Davis.
Mas nem todos concordaram
com a decisão do governo.
"Eu teria ido [de volta ao
país]", afirmou nadador Iraki
Revishvili, 18, que diz só não ter
abandonado os Jogos de Pequim por medo de uma desqualificação por oito anos. "Esporte é uma coisa. Guerra é outra."
A disputa no tiro não deve ser
a única que vai envolver os dois
países, que disputam a região
da Ossétia do Sul.
A Rússia, que não conseguiu
ganhar um ouro nos dois primeiros dias de provas, e Geórgia estão entre os favoritos de
outras modalidades, especialmente as de armas e combates.
Na luta, os dois vizinhos estão
entre as maiores forças e candidatas ao pódio.
(PAULO COBOS)
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