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Agnelo Queiroz defende o financiamento para clubes reformarem e construírem seus campos
Ministro quer dinheiro do BNDES para estádios
FÁBIO VICTOR
DO PAINEL FC
Muitos degraus abaixo do nível
do futebol do país, os estádios
brasileiros podem ter a ajuda do
governo federal para sair da quase
generalizada situação de deterioração em que se encontram.
O novo ministro do Esporte,
Agnelo Queiroz, defende que os
clubes possam se valer de financiamentos e linhas de crédito do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para reformarem ou construírem suas praças esportivas.
Queiroz já afirmou que apóia o
Código de Defesa do Torcedor,
projeto de lei enviado ao Congresso por seus antecessores no ministério e que deve ser votado nos
próximos meses. O conjunto de
medidas pretende que os fãs de
futebol passem a ter respeitados
seus direitos de consumidores.
Mas, segundo o ministro, não
faz sentido o código entrar em vigor se não houver infra-estrutura
adequada nos estádios nacionais.
"Estamos exigindo respeito ao
torcedor, mas também queremos
apresentar soluções. Uma das saídas seria o financiamento do
BNDES para que os clubes reformem ou construam seus estádios", disse Queiroz à Folha.
"Como é possível que um time
do porte do Corinthians não tenha estádio, que o Flamengo não
tenha um estádio?", questinou o
ministro -os dois têm campos
próprios, mas que, devido ao tamanho acanhado, são usados
normalmente para treinos.
A grande vantagem para os clubes, caso a proposta seja concretizada, é que o BNDES empresta dinheiro oferecendo aos tomadores
condições de pagamento bem
melhores do que as do mercado.
Embora Queiroz, que assumiu o
cargo há somente dez dias, ainda
não tenha levado a idéia ao
BNDES, o futuro presidente do
banco, Carlos Lessa, se diz um entusiasta do fortalecimento do futebol nacional -e considera o
respeito ao torcedor um requisito
básico nesse processo.
A maioria dos grandes clubes
brasileiros possui projetos de
construção ou modernização de
estádios, mas os planos esbarram
na crise financeira. Muitos têm de
mandar seus jogos em estádios
públicos -caso de Corinthians,
que adotou o Pacaembu, e Flamengo, que atua no Maracanã.
Defasados e sem manutenção,
os campos brasileiros são em sua
maioria arapucas, em que acidentes não são raros -no Nacional-2002, 55 torcedores ficaram feridos após um tumulto num jogo
no Brinco de Ouro, em Campinas.
A precária condição dos estádios nacionais foi um dos maiores
entraves às candidaturas do país
para abrigar as Copas de 1994
(nos EUA) e 2006 (Alemanha).
Queiroz faz uma defesa ardorosa da realização de eventos de
grande porte no país, diz que o futebol precisa se profissionalizar e
que o Brasileiro tem potencial para gerar tantas receitas quanto a
NBA, a liga de basquete dos EUA.
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