|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A PETISTA
Sobram atletas, mas falta arena
DA REPORTAGEM LOCAL
Material humano não é problema, já que quase 3.000 garotos se
engalfinham na disputa dos campeonatos amadores locais. Mas,
quando têm a chance de chegar
ao profissionalismo, os jovens
atletas de Diadema acabam rumando para os municípios vizinhos. Motivo: não há um estádio
para abrigar partidas oficiais.
Cidade símbolo do governo petista -o partido domina o município desde 1982-, Diadema
abriga, em seus minguados 31
km2, mais de 357 mil habitantes.
"Conheço o nosso potencial,
mas não tenho uma área para
construir um estádio. Está tudo
povoado", explica o diretor do
Departamento de Esportes e Lazer da cidade, Ronaldo Formiga.
Tanta gente em um espaço tão
exíguo também faz a prefeitura
utilizar os campos de futebol para
outras atividades. "Às vezes, não
há espaço nos bairros e nas escolas para que os nossos professores
desenvolvam seu trabalho. Assim, somos obrigados a levar aulas de ginástica e alongamento para os gramados", disse Formiga.
Nesses campos que hoje recebem aulas de ginástica, um atarracado garoto que adorava driblar
apareceu para o futebol.
Era Denílson, que hoje defende
o Betis, da Espanha, e é a principal
revelação da cidade.
O diretor de Esportes conta
também que a administração municipal já estudou formas de
transformar os campos da periferia em pequenos estádios, mas esbarrou nos mesmos problemas.
"Em alguns locais, os campos são
cercados por áreas de mananciais.
Em outros, casas de alvenaria da
população mais pobre circundam
os gramados. Onde eu coloco essas pessoas?"
(PC E GR)
Texto Anterior: Cadê a bola? - A fronteira: Longas viagens são o problema Próximo Texto: As maiores: Espaço e gente não são garantia Índice
|