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JUDÔ
Guilheiro é o 1º a repetir pódio em Jogos seguidos
Peso leve supera dor e recebe infiltração no ombro para bisar o bronze
Desde Atenas-2004, judoca foi submetido a 3 cirurgias; agora, cogita interromper os treinamentos para se tratar de um problema na coluna
DO ENVIADO A PEQUIM
Com infiltração no ombro e
prestes a passar por nova cirurgia, Leandro Guilheiro, 25, é o
primeiro judoca do Brasil a
conquistar medalha em duas
Olimpíadas seguidas.
Com o bronze obtido ontem
em Pequim, ele ainda manteve
o peso leve do país em pódios
dos Jogos pela terceira vez consecutiva -em Sydney-2000, a
categoria foi representada por
Tiago Camilo, vice-campeão.
Até ontem, apenas o meio-pesado Aurélio Miguel conquistara medalhas em duas edições de Jogos Olímpicos (ouro em 1988 e bronze em 1996).
Se a medalha de Ketleyn
Quadros tem como palavra-chave a determinação, a repetição do bronze de Leandro Guilheiro se explica pela superação. Desde Atenas, o paulista
passou por três cirurgias: punho, quadril e ombro.
Nos Jogos Pan-Americanos,
há um ano, teve grave lesão
lombar, que virou hérnia de
disco com os treinamentos.
Ele planejou o ciclo olímpico
alternando fisioterapia e treinamentos, rotina que pode mudar quando voltar ao Brasil.
Guilheiro cogita interromper
os treinos por um tempo, para
apenas se tratar. O que mais o
incomoda no momento é o problema na coluna, que deve ser
corrigido com nova cirurgia.
Ontem, porém, o que ele
mostrou no tatame não indicava que seu quadro clínico inspira tantos cuidados.
A estréia contra o argentino
Mariano Daniel Bertolotti foi
pouco animadora. Guilheiro
começou com duas punições
contra e só conseguiu empatar
a luta a 34 segundos do final. No
final, forçou outra punição e
saiu com a vitória.
No confronto seguinte, diante do sul-africano Marlon August, ele conseguiu o ippon.
O próximo oponente foi o
sul-coreano Wang Ki-chun,
campeão mundial. Leandro
neutralizou o jogo mais veloz
de Wang e aparentava mais disposição no "golden score" (a
prorrogação do judô). Mas foi
surpreendido num contragolpe
e perdeu por waza-ari.
Wang, que chegou a morder a
mão do brasileiro para evitar
um estrangulamento, precisou
deixar o tatame amparado pelo
médico e encerrou a competição com suspeita de fratura na
costela -mesmo assim, ficou
com a medalha de prata.
O brasileiro saiu com dores
no ombro esquerdo e precisou
de infiltração no local para
prosseguir na competição.
Voltou ainda mais forte na
repescagem. Da primeira luta
nessa fase, até a conquista da
medalha, foram mais três vitórias pela pontuação máxima.
Quando não resolveu com
um golpe perfeito, forçou punição do adversário até a vitória.
Na luta do bronze, contra Ali
Malomat, do Irã, Guilheiro obteve o ippon.
(LUÍS FERRARI)
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