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FUTEBOL
Time falha nas finalizações e vê torcida hostilizar até o presidente do clube
São Paulo estréia Leão em casa com empate e vaias
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo pode ter lucrado
ontem com o jogo no Pacaembu,
mas saiu no prejuízo com sua torcida. Na estréia do técnico Leão
em casa, o empate por 0 a 0 com o
Cruzeiro revoltou os torcedores,
que chamaram o time de "sem
vergonha", pediram jogadores e
hostilizaram o presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
Foi a terceira partida seguida
em casa sem vitória do São Paulo,
que agora tem 49 pontos e permanece na quinta colocação.
Ontem, o clube, que alugou o
estádio do Pacaembu porque cedeu o Morumbi para um show
musical, recebeu seu segundo
maior público (13.074 pagantes),
que torceu o nariz para o time.
Com a troca de estádio, os são-paulinos saíram de bolsos cheios,
lucraram R$ 350 mil, mas terão
problemas para atrair novamente
seus torcedores.
Na partida de ontem, a torcida
viu uma partida de nível técnico
fraco e muito violenta. De acordo
com o Datafolha, o confronto foi
o mais faltoso do Campeonato
Brasileiro, com 79 infrações (40
foram cometidas dos cruzeirenses, e 39, pelos são-paulinos).
Reflexo disso, foram aplicados
muitos cartões, quatro para cada
lado. O zagueiro Fabão, mais faltoso, acabou não sendo punido.
"O descontentamento dos torcedores ocorreu porque fomos
um time agressivo, que buscou o
resultado, mas encontrou um adversário que veio para se defender", afirmou o técnico Leão, que
foi poupado pela torcida.
"O torcedor tem direito de pedir
reforços, mas o time não é sem
vergonha, tem brio", afirmou o
goleiro e capitão Rogério, que
precisou fazer apenas duas fáceis
defesas na partida -no segundo
tempo, não foi incomodado.
O São Paulo, com três zagueiros, conseguia anular os atacantes
cruzeirenses. No meio-campo, a
forte marcação das duas equipes
emperrava o trabalho dos meias.
Dessa forma, Danilo passou a
jogar quase como um terceiro atacante, e o time do Morumbi levava mais perigo. Os são-paulinos
seguiam a ordem de Leão, jogavam com velocidade, mas finalizavam muito mal.
Nos primeiros 20 minutos, por
quatro vezes a equipe chegou ao
gol, mas Grafite, Danilo e Jean erraram o alvo. Em duas oportunidades, quando acertaram o gol,
Artur parou os rivais ao defender
chutes de Grafite e Jean.
No segundo tempo, os comandados de Leão voltaram ainda
mais agressivos. A principal opção ofensiva continuava sendo
Jean. Primeiro, pela esquerda, ele
obrigou Artur a boa defesa.
Em seguida, ele tabelou com Cicinho, entrou na área, e chutou
forte. O goleiro cruzeirense novamente evitou o gol.
Gabriel, que entrou no lugar de
Cicinho, também teve a oportunidade de abrir o placar, mas, na
frente do gol, chutou em cima de
Artur. Ao todo, o São Paulo finalizou 14 vezes, porém as seis que foram em direção à meta cruzeirense pararam em defesas de Artur.
Os gols perdidos irritaram Leão,
que tirou Grafite e colocou Diego
Tardelli. O atacante deixou o
campo sob vaias dos torcedores.
Mas não mudou muita coisa.
Sem organização, o São Paulo
tentava o gol, mas não teve força
para tirar o zero do placar.
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