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VÔLEI
Reserva na conquista da prata, técnico busca nova consagração no Mundial
Bernardinho volta ao banco por título perdido em 1982
DA REPORTAGEM LOCAL
No banco de reservas no Mundial da Argentina, um levantador
mediano acompanhou, resignado, a derrota de sua seleção para a
então URSS na decisão de 1982.
No banco de reservas do Mundial da Argentina, um técnico vitorioso vai tentar hoje dar a sua
seleção o único título que falta ao
vôlei masculino do país.
O caminho que levou Bernardinho, 43, ao banco do ginásio Luna
Park, em Buenos Aires, começou
a ser traçado em 1988. Naquele
ano, o então técnico Bebeto de
Freitas o convidou para fazer parte da comissão técnica da seleção
nos Jogos Olímpicos de Seul.
Jogador razoável que esteve por
oito anos presente nas principais
conquistas de sua geração como
reserva do intocável titular Wil-liam, Bernardinho decidiu investir na nova carreira após 19 anos
como levantador.
Após o trabalho na Olimpíada,
foi para a Itália em 1989 com a
missão de treinar a fraca equipe
feminina do Peruggia, que lutava
contra o rebaixamento.
O time não caiu e, no ano seguinte, chegou ao vice-campeonato. A consagração veio em 1991,
quando foi campeão da Copa da
Itália e da Copa Européia.
A sequência de conquistas lhe
rendeu convite para treinar pela
primeira vez um time masculino,
o Modena, onde ficou um ano.
Em 1993, de volta ao Brasil, foi
convidado para assumir a seleção
feminina. No ano seguinte, conquistaria o título do Grand Prix e a
medalha de prata no Mundial.
Combinando seu temperamento explosivo com muito rigor nos
treinamentos e um relacionamento estreito com as jogadoras
fora da quadra -suas comandadas se disseram órfãs quando ele
deixou o time-, o técnico alcançou suas principais conquistas.
Foi no comando de Fernanda
Venturini -hoje sua mulher-,
Ana Moser e cia. que ganhou o
bronze em Atlanta-1996.
Quatro anos depois, já com uma
nova geração capitaneada por
Leila, Virna e Fofão, repetiu o feito nos Jogos de Sydney.
Nesse período, ainda venceu a
Superliga feminina pelo Rexona
em 1997/1998 e 1999/2000.
No fim de 2000, após resultados
ruins de Radamés Lattari, Bernardinho foi chamado pela Confederação Brasileira de Vôlei para assumir o time masculino.
Após oito anos no feminino, o
treinador viu no convite a possibilidade de chegar a seu principal
objetivo: o ouro olímpico.
Logo que assumiu o time, em
2001, pegou a base de Lattari e
mesclou com jovens surpresas da
Superliga -André Nascimento,
Henrique e Escadinha. Promoveu
também a volta de Marcelo Negrão -o oposto rompeu os ligamentos do joelho em maio daquele ano e deu lugar a Anderson.
Essa mescla somada às horas
perdidas na madrugada em sessões de análises de vídeos dos adversários deram resultados logo
no primeiro ano -venceu seis
dos oito torneios que disputou-
e o colocou hoje novamente no
banco de reservas da decisão do
Mundial.
(MARIANA LAJOLO)
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