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CARTOLA FIXA
Com o vice de futebol, Corinthians teve campanhas pífias no Brasileiro-00 e no Paulista-04
Era Citadini coleciona piores vexames
PAULO COBOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians joga hoje sua
permanência na elite do Paulista. Joga também por um cartola
que ganhou quatro títulos, mas
também foi o comandante de
duas das campanhas mais vexaminosas da história do clube.
O vice-presidente de futebol
Antonio Roque Citadini, 53, demitiu técnicos, dispensou ídolos,
fez uma revolução no elenco e
ganhou disputas políticas.
Já seu próprio pescoço resiste à
segunda pior campanha do time
na história do Paulista -só a de
1913 foi mais desastrosa. Assim
como havia agüentado o desempenho no Brasileiro de 2000,
quando ele assumiu o cargo no
meio da competição em que o
clube foi o vice-lanterna (não
havia descenso) e com um aproveitamento de 22%, o pior do
clube na história do Nacional.
Citadini -o favorito de Alberto Dualib para sucedê-lo na presidência- diz não ter imunidade eterna. "Não sou intocável.
Não me considero assim e ninguém no clube deve ser assim."
Realmente ninguém foi intocável no Corinthians durante o
reinado do vice de futebol.
Em menos de quatro anos, ele
empregou oito treinadores.
Com exceção de Carlos Alberto
Parreira, nenhum ficou no cargo
por uma temporada inteira.
Ele também contratou e dispensou jogadores em um ritmo
alucinante, inclusive famosos.
Em 2001, tomou partido de Ricardinho e mandou o meia-atacante Marcelinho, maior ídolo
do clube nos anos 90, embora.
Bancou também contratações
de risco, como a de Júnior para
técnico (ele durou apenas duas
partidas) e a de Roberto Rivellino para ser diretor técnico.
Para faturar, quando a fase é
boa, ou sobreviver, em caso de
pesadelos como o vivido atualmente, o vice-presidente de futebol tem como principal trunfo o
bom trânsito dentro do clube.
Citadini começou o ano enfraquecido. Teve seu poder dividido no futebol com Andrés Sanchez e Francisco Papaiordanou.
Logo, entretanto, travou batalha nos bastidores com os dois e
novamente saiu vitorioso.
Se o pior acontecer para o Corinthians hoje, Citadini terá como principal missão desafiar a
ira da Gaviões da Fiel, maior organizada do clube e com quem
vive às turras. Mas, mesmo com
o time na segunda divisão do enfraquecido Paulista, parece ter
fôlego para seguir.
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