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FUTEBOL
Diretoria renova contrato de goleiro por 4 anos e ganha cabo eleitoral
São Paulo escala Rogério
como "capitão" em eleição
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Classificado no Paulista e com
boas chances de avançar na Libertadores, o São Paulo vive neste
mês uma guerra surda fora das
quatro linhas. E o capitão do time,
eleito pela tropa de Marcelo Portugal Gouvêa, é Rogério Ceni,
maior salário do Morumbi e jogador mais antigo do elenco.
Com contrato renovado por
mais quatro anos, o goleiro foi escolhido pela situação como o
principal cabo eleitoral do atual
presidente. E virou, de forma imediata, o inimigo número um do
grupo de Paulo Amaral, que tenta
voltar ao poder após dois anos.
A renovação do contrato de Rogério, 31, feita na surdina um mês
antes do fim do mandato de Gouvêa, abriu nova disputa nos bastidores do Morumbi. Eram favas
contadas que, caso não assegurasse a permanência no clube agora,
o capitão seria negociado se o grupo de Amaral fosse eleito em abril.
Com multa rescisória de US$ 10
milhões para venda ao exterior,
Rogério ficará no clube mesmo
contra a vontade de seu desafeto.
O goleiro, que tem salário estimado em cerca de R$ 190 mil, custa ao São Paulo, incluindo encargos, impostos e luvas, cerca de R$
300 mil mensais. Anualizado, o
valor equivale à metade de todo o
dinheiro investido pela LG.
Mesmo negando publicamente
que Rogério fará campanha aberta por Gouvêa, o diretor de futebol Juvenal Juvêncio, líder político da situação, admite que o goleiro ajuda a diretoria. "Ele só nos
elogiou num programa de TV.
Além de ser o melhor goleiro da
história do São Paulo, ele é um
torcedor confesso e sabe o que é
melhor para o clube. O Rogério
queria uma tranqüilidade, uma
garantia. Ele não gosta do Paulo
Amaral. E o Paulo Amaral não
gosta dele. Não podíamos correr o
risco de perdê-lo."
A oposição não ataca Rogério
oficialmente porque teme a popularidade do jogador, dono da camisa 1 são-paulina há nove anos.
"Prefiro não comentar o assunto Rogério", diz Amaral, que ainda não digeriu o caso Arsenal em
2001. Na ocasião, o então presidente foi a uma rádio para, aos
prantos, desmentir seu funcionário e dizer que não havia a proposta dos ingleses, usada como
arma para pedido de aumento.
O fato é que o goleiro, que não
quis se pronunciar, está cada dia
mais próximo da situação. Hoje,
se não houver mudanças de última hora, entrará em campo de
amarelo. Justamente a cor que batiza a chapa liderada por Gouvêa.
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