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BOXE
Sucesso de Popó, que pode lutar em programação com até 5 brasileiros, motiva contratos entre estrangeiros e nacionais
EUA fazem do Brasil reserva de mercado
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A notoriedade internacional alcançada pelo campeão superpenas da AMB e OMB, Acelino Freitas, o Popó, atraiu a atenção de
empresários estrangeiros, que assinaram com oito brasileiros e estudam fazer mais contratações.
O último negócio a ser fechado,
anteontem, foi entre o ex-olímpico Valdemir Pereira, 27, o Sertão,
o leve Juliano Ramos, 22, Servílio
de Oliveira, 54, empresário de
ambos, e o americano Arthur Pelullo, promotor das lutas de Popó.
"Algumas cláusulas do contrato
me deixam de mãos atadas. Mas
vou arriscar, pois é um caminho
menos penoso rumo ao título.
Aqui no Brasil não temos condições", diz Oliveira, bronze na
Olimpíada do México em 1968.
Para ter uma dimensão da
quantidade de brasileiros que foram beneficiados pelo "efeito Popó", para a próxima defesa deste,
contra Daniel Attah, dia 3, nos
EUA, a idéia é que, no mínimo,
quatro brasileiros se apresentem
na programação: Popó, Sertão,
Ramos e o meio-pesado Laudelino Barros, que é gerenciado por
outro americano, Johnny Reetz.
Este controla também a carreira
de mais um ex-olímpico brasileiro, o peso-leve Agnaldo Nunes.
Reetz, que dirigiu a carreira do
ex-campeão em três categorias de
peso Iran Barkley, vem fornecendo o dinheiro para mantê-los em
atividade no Brasil até o momento de vê-los em ação no exterior.
Há ainda a possibilidade de um
quinto boxeador, que já defendeu
a seleção olímpica brasileira e tenta a naturalização, lutar em uma
das preliminares da próxima defesa de cinturões de Popó, o armênio José Archak, que é o primeiro
contratado da empresa de agenciamento aberta pelo baiano.
Pelullo estuda a possibilidade de
assinar com ele também.
A tática de Pelullo é encaixar os
brasileiros em suas programações
nos EUA para mantê-los em atividade e propiciar visibilidade. Segundo Oliveira, existe a previsão
de que lutem no Brasil também.
Outros dois brasileiros assinaram com o famigerado Don King:
o meio-médio-ligeiro Antonio
Mesquita, ranqueado pela OMB, e
o leve Edson do Nascimento, o
Xuxa, o primeiro do ranking da
OMB e décimo na última listagem
da AMB. E o supergalo Jairo
Moura deve assinar entre hoje e
os próximos dois dias. Os dois últimos têm o atrativo de terem
vencido Popó no amadorismo.
É a segunda vez que Xuxa assina
com King. A primeira vez foi em
2000, e dois motivos foram apresentados para justificar o fim do
contrato: Xuxa teria se recusado a
relocar para os EUA ou King não
teria oferecido mais de uma luta
durante o período de um ano.
Agora, Xuxa e Mesquita estão
nos EUA, treinando com Al Bonani, técnico indicado por King.
O pesado cubano baseado no
Brasil Aurélio ""Toyo" Perez também assinou com o promotor.
O problema de King é que mantém tantos pugilistas sob contrato
que é difícil colocar todos em suas
programações. Mauro Katzenelson, empresário de Xuxa e Mesquita, confirma essa dificuldade.
"Ainda não sabemos quando lutam, pois há dificuldade para encaixá-los nas programações."
Um outro lutador, o meio-médio-ligeiro Kelson Carlos, tem a
trajetória no exterior guiada por
Ricardo Maldonado. O mexicano
dirige a carreira do compatriota
Marco Antonio Barrera, tido como o melhor pena da atualidade.
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