São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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Brasil desafia 12 anos de fiascos em seletiva olímpica

Seleção masculina de basquete enfrenta desfalques e terá que superar jejum de vitória sobre europeus para ir a Jogos

Equipe perdeu Leandrinho, Nenê e Anderson, seus três astros de NBA, e o técnico Moncho Monsalve teve que apelar para atletas de time B


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fora da Olimpíada há 12 anos e com desfalques importantes, a seleção masculina disputa as três últimas vagas em Pequim no Pré-Olímpico Mundial de Atenas, que tem início hoje.
"Precisamos melhorar principalmente na defesa. Mas esse grupo é talentoso e tem condição de conquistar a vaga", prega o técnico Moncho Monsalve.
Para chegar ao objetivo, o Brasil terá que superar a ausência de astros e voltar a bater europeus em jogos oficiais. A equipe estréia amanhã, contra o Líbano. Hoje haverá quatro jogos, todos com TV: Nova Zelândia x Cabo Verde, Coréia do Sul x Eslovênia, Croácia x Camarões e Grécia x Líbano.
O time nacional não terá seus astros de NBA. Nenê (Denver), Anderson Varejão (Cleveland) e Leandrinho (Phoenix) pediram dispensa alegando lesões.
O grupo também perdeu outras peças importantes: Valtinho, titular no Pré-Olímpico-07, Paulão e Guilherme. Os dois primeiros por contusão. O último, por problemas pessoais.
Sem eles, Moncho apelou para jogadores que treinavam com a seleção B, que jogou o Sul-Americano do Chile: o armador Fúlvio, o ala-armador Hélio, o ala Jonathan Tavernari e o ala-pivô Ricardo Probst.
"É preciso rever isso. O intervalo entre o Sul-Americano e o Pré-Olímpico foi de uma semana. Não dá para mandar a mesma equipe. Ainda mais por causa do problema de adaptação ao fuso", reclama Moncho, referindo-se às sete horas de diferença entre o Chile e a Grécia.
Com o grupo de novatos, a seleção tenta superar o tabu de derrotar times europeus. Nos últimos anos, o Brasil tem sofrido contra seleções do velho continente. A última vitória em competições oficiais foi contra a Turquia, no Mundial de Indianápolis, há seis anos.
Contando partidas não-oficiais, a seleção deu fim ao incômodo jejum na semana passada, com a vitória por 86 a 77 sobre a Croácia válida pelo Torneio Acrópolis, preparatório para o Pré-Olímpico Mundial.
No entanto foi a primeira vitória obtida pelo time nacional nos últimos 18 jogos contra rivais da escola européia, conhecida pelo bom posicionamento tático e defesa aguerrida.
"Acredito que o time evoluiu [contra os europeus]. O Torneio Acrópolis mostrou isso. O time precisa melhorar alguns aspectos defensivos, como nos rebotes", comenta Moncho.
A evolução foi destacada pelos técnicos que enfrentaram a seleção. "Admiro muito o que o Moncho fez pelo Brasil", disse Brian Goorjian, da Austrália.
"Pelo que mostrou, o Brasil é um dos mais fortes candidatos à vaga olímpica", ressalta Panagiotis Yannakis, da Grécia.


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