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Seleção usa banco e fatura Grand Prix
Mari e Thaisa são fundamentais para Brasil superar contusões e vencer pela sétima vez o torneio, que não terá mais Fofão
Alvo de críticas em Atenas-04
e cortada após o Pan do Rio,
atacante exibe evolução em
nova posição e ganha prêmio
de melhor do campeonato
DA REPORTAGEM LOCAL
Fofão já havia erguido a taça
do Grand Prix, a última na carreira da levantadora que se despede do torneio, quando o nome de Mari foi anunciado no ginásio em Yokohama, no Japão.
A atacante subiu novamente
ao pódio para receber o prêmio
de melhor atacante da competição. Mais do que um marco de
superação pessoal, o troféu era
um símbolo das apostas certas
de José Roberto Guimarães.
Mari mudou de posição e
passou quase um ano longe da
seleção, cortada por problemas
disciplinares e queda de rendimento. Ganhou nova chance e
iniciou o Grand Prix no banco.
Ao seu lado, e às vezes até fora do grupo das 12 inscritas por
jogo, estava a central Thaisa.
As duas tiveram paciência
para esperar a chance e, quando foram acionadas, ganharam
a confiança do treinador. Tornaram-se peças fundamentais
na conquista do sétimo título
do Grand Prix, o quarto sob o
comando de Zé Roberto, que
assumiu a equipe em 2003.
A equipe venceu o Japão ontem, por 3 sets a 0.
Mari foi ponta titular durante toda a fase decisiva da competição. Terminou o torneio
como a segunda atacante mais
eficiente, com 53,39% de aproveitamento, e foi eleita a melhor jogadora no Japão.
Sua campanha no Grand Prix
é prova de sua evolução na nova
posição. Antes, Mari atuava como oposto, atacante que não
tem obrigação de receber o saque. Agora é ponta e tem como
atribuição também passar.
Em quadra, a jogadora mostrou mais maturidade. Em
2004, nos Jogos Olímpicos de
Atenas, ela foi um dos principais alvos de críticas por causa
da derrota brasileira para a
Rússia nas semifinais. Depois
do Pan-2007, foi cortada.
"Com ela, ganhamos em versatilidade. Mari pode atuar nas
duas posições e tem evoluído
muito como ponteira. Eu esperava que isso acontecesse. Ela
sofreu nesse tempo em que ficou longe da seleção, mas voltou com nova postura e nova
vontade", afirmou Zé Roberto.
Thaisa também foi um dos
pilares do jogo brasileiro. Nas
estatísticas de bloqueio, a central só ficou atrás de Walewska,
premiada como a melhor no
fundamento. Após algum entra-e-sai no time, também conquistou o posto de titular que
parecia ter Fabiana como nome
certo antes do Grand Prix.
Carol Gattaz ainda disputava
a terceira vaga, mas deve ser
cortada. Zé Roberto também
deve optar entre Joycinha e Valeskinha para fechar o time.
Os sucessos de Mari e Thaisa
são apenas dois exemplos de
como o treinador pôde contar
com o banco de reservas durante a competição.
Logo antes da estréia, Fofão
sofreu pancada no joelho e ficou fora dos primeiros jogos.
Carol era a única levantadora
no time e manteve bom nível.
Depois, Jaqueline sofreu
pancada no joelho, e Paula Pequeno teve lesão no tornozelo.
Mesmo com todas as alterações, o Brasil sofreu somente
uma derrota no Grand Prix, nos
3 sets a 2 contra a China, na primeira semana.
"Não esperava que o título
chegasse dessa forma. Achei
que seria mais difícil, principalmente para mim", afirmou a levantadora Fofão, 38, que disputou sua última edição do campeonato, o terceiro mais importante do vôlei, só atrás da
Olimpíada e do Mundial.
"Fiquei três semanas parada
e tive receio de não ter tempo
de me entrosar bem com o grupo, de não jogar bem. Nosso nível de concentração foi o que
nos diferenciou de qualquer
equipe. Vou guardar cada viagem, cada jogo na memória. O
que mais marca é a convivência
com o grupo. Foi perfeito."
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