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GINÁSTICA ARTÍSTICA
Americana se arma com chineses contra anfitriões
Prata por equipes, Shawn Johnson tenta troco no 1º duelo individual
BRASIL
Final do individual geral, com Jade
e Ana Cláudia,
à 0h15 de amanhã
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
É com dois chineses ao seu
lado que a americana Shawn
Johnson, 16, busca, no começo
da madrugada, estragar a festa
da China na ginástica artística
dos Jogos, no Ginásio Nacional.
Os donos da casa já levaram
os dois primeiros ouros da modalidade em Pequim, nas finais
por equipes, nas quais os homens triunfaram pela segunda
vez -já venceram em Sydney-00-, e as mulheres entraram
para a história ao conquistar o
primeiro título nos Jogos. E esperam mais até terça, quando
acabam as finais da ginástica.
Na luta para fincar seu espaço na Olimpíada, Shawn Johnson tem como trunfo o casal
chinês Liang ""Chow" Qiao e Liwen Zhuang, que são seus técnicos. Após a derrota na final
por equipe -os EUA ficaram
em segundo-, a ginasta americana tenta dar o troco no individual geral, cuja decisão terá
as brasileiras Jade Barbosa, 17,
e Ana Cláudia Silva, 16.
Será a primeira das três finais
individuais em que duelará
com ginastas do país anfitrião.
Shawn afirmou que esta edição da Olimpíada é especial pelo fato de Pequim ser a cidade
natal de Qiao, ex-membro da
seleção nacional chinesa.
""Qiao e eu conversamos sobre a China e Pequim", conta
Shawn, campeã do individual
geral no Pan e no Mundial-07.
Com o feito, tornou-se uma das
quatro americanas na história a
ter sido campeã da prova.
O conselho mais recorrente
do técnico à pupila, em tom de
pílula de sabedoria chinesa, é
não ver as outras ginastas como
suas principais adversárias.
""O seu maior rival é você
mesma. É isso o que digo a ela",
recorda o treinador.
Shawn acumulou 62,725
pontos na qualificatória do individual geral, melhor desempenho, e é seguida pela compatriota Anastasia Liukin, com
62,375. A terceira posição foi da
chinesa Yang Yilin (62,350).
Como participam do individual geral 24 ginastas, com um
máximo de duas representantes por país, houve atletas cortadas, o que deixou Jade está na
oitava colocação -era a 12ª-,
com 59,500, e Ana Cláudia, em
23º -era a 28ª-, com 57,575.
Apesar da decepção com o revés dos EUA na final por equipes, Qiao diz que o individual
geral, que define a ginasta mais
completa dos Jogos, é uma
chance de ouro à sua pupila.
""Isso foi apenas o começo.
Ainda temos o individual geral
e as competições individuais
nos aparelhos. Com mais preparação, apresentaremos resultados", argumentou Qiao,
que se dirigiu não a Shawn mas
ao time feminino, que vê outra
atleta, Samantha Peszek, ter
técnico chinês (Peter Zhao).
Na madrugada de ontem,
após Alicia Sacramone cair no
solo -ela já havia caído na trave- durante a final por equipes, Qiao a consolou. ""Falei a
ela que a competição não havia
acabado, para não se abalar."
Depois de vencer o primeiro
duelo com os EUA e levar o ouro, o técnico da seleção da China, Lu Shanzhen, deu uma alfinetada nos adversários.
""Esta era uma disputa direta
entre a equipe chinesa e a equipe americana, e estou muito
empolgado por termos ganhado. Nos sacrificamos muito para ganhar esta medalha de ouro", comemorou Shanzhen.
Esse ouro fez com que pela
sétima vez nos Jogos um país
vencesse as duas finais por
equipes (homens e mulheres).
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