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VELA
Scheidt estréia de olho em ventos fortes
Barco nacional tem tática
diferente da de dupla suíça
FABIO GRIJÓ
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O velejador Robert Scheidt
começa amanhã, às 2h (horário
de Brasília), sua jornada para
tentar se tornar o único brasileiro tricampeão olímpico. Para
isso, ele e Bruno Prada, que,
juntos, estréiam na classe star
em Jogos Olímpicos, apostarão
em ventos fortes para velejar.
"Estamos fazendo os últimos
ajustes no barco. Está tudo
pronto, estamos bem animados. A previsão para o dia 15 é
de ventos melhores do que os
dos últimos dias, principalmente hoje [ontem], que foi
muito fraco", disse Scheidt, que
competirá com o barco italiano
Lillia, a mesma marca de outras
nove embarcações rivais.
O barco não possui características específicas para enfrentar um cenário que apresente apenas ventos de baixa
velocidade, como acontece de
costume na baía de Qingdao, cidade chinesa que abriga as
competições de vela.
"O cenário ideal seria ter
ventos fortes, acima de 12 nós,
para medir quem sabe velejar
em vários tipos de vento. Só assim teríamos um campeão
olímpico com justiça", comentou o brasileiro, que acumula
três medalhas olímpicas -dois
ouros e uma prata- obtidas anteriormente na classe laser.
A única vez em que Prada e
Scheidt competiram com o barco Lillia foi na Holanda, em
maio. Na ocasião, ficaram em
quarto lugar. Os vencedores foram os suíços Flavio Marazzi e
Enrico de Maria, que formam
uma das principais duplas rivais dos brasileiros na busca
pelo pódio olímpico.
Ao contrário dos brasileiros,
os suíços usarão uma estratégia
baseada em ventos fracos. Eles
navegarão a bordo de um barco
especialmente projetado para
essas condições.
Após Atenas-2004, Marazzi
reuniu-se com o arquiteto Sebastian Schmidt, o projetista
Christof Wilke e o técnico
Jean-Claude Vuithier e criaram um barco otimizado para
as condições de vento da China
e dos lagos suíços. O barco original rendeu bons frutos e a dupla suíça sagrou-se campeã européia, além de ter chegado em
quarto no Mundial da star.
"Testamos a velocidade em
diversas regatas e estamos convictos de que esse barco nos
ajudará na briga por uma medalha", disse Marazzi em entrevista à Folha por e-mail.
O suíço, no entanto, afirma
que não teme que os ventos soprem mais do que ele espera.
"Não é apenas um barco para
ventos fracos. Ele já mostrou
ter um excelente velocidade
em todas as condições. Tenho
certeza de que teremos um dificílima regata olímpica com
diferentes condições de vento a
cada dia, e nós estamos preparados para isso", afirmou.
Scheidt minimiza o potencial
do barco suíço. "No evento-teste realizado aqui no ano passado, conseguimos vencê-los
sendo até mais lentos que eles."
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