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BASQUETE
Seleção perde a 3ª em 3, e Bassul assume a culpa
Técnico diz ter "um grupo maravilhoso", mas eliminação fica próxima
BRASIL
Tem de vencer a Rússia para seguir fazendo contas, às 3h30 de amanhã
DO ENVIADO A PEQUIM
Não basta vencer, é preciso
torcer. Essa é a situação da seleção brasileira no torneio
olímpico feminino de basquete. Até agora, o time só tropeçou (três derrotas). Na próxima madrugada, o time pega a
Rússia, às 3h30 (de Brasília).
Com as derrotas diante da
Coréia do Sul (68 a 62), da
Austrália (80 a 65) e ontem
diante da Letônia, por 79 a 78,
o time precisa de vitórias nos
próximos jogos (tem ainda
Belarus, no domingo, às 5h45)
para tentar atingir a fase de
mata-matas. Além disso, segundo cálculos da comissão
técnica, precisa torcer para
que a Coréia, superada ontem
pela Austrália por 90 62, perca
seus dois jogos.
"A derrota para a Letônia
foi fatal para nossa pretensão.
As jogadoras não têm culpa,
fizeram o que pedi, é um grupo maravilhoso, mas está em
construção. Se tem um culpado, sou eu", disse o técnico
Paulo Bassul após a derrota
por um ponto. Apesar disso,
ele insiste na tese de que basquete não é sorte, e vence
quem merece.
A Rússia, adversária do Brasil, deteve a hegemonia mundial do basquete feminino internacional até a década de
70. A partir de então, passou a
ter rivais cada vez mais fortes.
Assim, a partir da introdução do torneio feminino na
Olimpíada-76, em Montréal,
os EUA, aos poucos, assumiram o domínio do esporte.
Em Jogos Olímpicos, brasileiras e russas disputaram
quatro partidas, com duas vitórias para cada uma. Em Atenas-2004, quando o Brasil
terminou em quarto lugar,
perdeu por 77 a 67 e 71 a 62.
Bassul, que assumiu a seleção há um ano, insiste na tese
de que é preciso ter paciência
com a atual equipe. Justifica
dizendo que do Mundial-06,
em São Paulo, para a equipe
atual nove jogadoras foram
substituídas. "Não há seleção
no mundo que consiga manter o padrão. Leva tempo."
O Brasil começou bem a
partida. Venceu o primeiro
quarto por 23 a 14 e foi a 26,
mas bastou a Letônia mudar a
marcação de individual (jogadora/jogadora) para zona (cada atleta cobre um área da defesa) para o jogo virar. Mesmo
assim, o Brasil foi para o intervalo na frente (36 a 31), mantendo a ponta no terceiro
quarto (59 a 57).
E vencia por 78 a 77, quando
Jekabsone-Zogota virou a favor da Letônia para 79 a 78, a
2s7 do final do jogo. "A ordem
de arremessar veio do técnico.
É ele quem manda. Fiquei
contente com a vitória", falou
Jekabsone-Zogota, cestinha
do jogo com 25 pontos.
O Brasil pediu tempo. Na
saída, a bola sobrou para
Adrianinha, que errou o arremesso. "Vão lembrar da última bola, mas não foi ela que
determinou a derrota", desabafou a armadora, a mais experiente do time. Sempre falante após as partidas, ela saiu
da quadra sem querer dar entrevista, com os olhos cheios
de lágrimas. Depois falou:
"Erramos cestas fáceis. Nossa
defesa falhou".
A Letônia, com a primeira
vitória, voltou a respirar no
torneio olímpico, pois vinha
de duas derrotas. Os quatro
primeiros do Grupo A, no qual
o Brasil está, serão emparceirados para o mata-mata com
os quatro do Grupo B, integrado por Espanha, China, EUA,
Mali, Nova Zelândia e República Tcheca.
(EDGARD ALVES)
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