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O PERSONAGEM
Emprego retira jogadora da piscina e desfalca seleção
DA REPORTAGEM LOCAL
A dúvida foi solucionada
quando Mariana Roriz abastecia seu carro em São Paulo.
Atleta da seleção de pólo
aquático desde 1996, ela
nunca recebeu salário fixo
para jogar. Formada em administração de empresas,
conseguiu neste ano um estágio. Sentada no banco de
seu Gol, decidiu dar um novo rumo ao seu futuro.
"Só com o pólo, eu não
conseguiria pagar nem a gasolina. Tomei a decisão de
privilegiar minha carreira",
contou a atleta de 23 anos.
A primeira a saber da notícia foi a mãe, Marisa, diretora de pólo da Confederação
Brasileira de Desportos
Aquáticos. A filha passou a
ser mais uma baixa do elenco para o Pré-Olímpico, que
será realizado em Roma, na
Itália, a partir do dia 24.
"Três atletas deixaram o time neste ano porque arrumaram outras atividades
profissionais. Como não pagamos ajuda de custo, não
tenho o que fazer para segurá-las", disse a dirigente.
Um detalhe torna o caso
ainda mais emblemático: a
CBDA é uma das entidades
que mais investem em salário para esportistas -gastou R$ 280 mil da Lei Piva
nessa área em 2003.
"Ainda neste ano deveremos ter algo para o pólo feminino. Por enquanto, as jogadoras precisam jogar por
paixão", afirmou Marisa.
Para Mariana, paixão não
falta. Dinheiro, sim. No ano
passado, durante os Jogos
Pan-Americanos, ela fazia
malabarismos para treinar.
De manhã, cursava o último ano da faculdade. À tarde, dedicava-se a um estágio.
Corria para o clube às 19h e
ficava na piscina até as 22h.
"Essa rotina cansa muito.
Uma hora você tem que escolher. Ninguém agüenta",
disse a jogadora.
(GR E ML)
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