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VÔLEI
Marco Aurélio Motta ajudou a montar a equipe que decide hoje o Mundial
Itália pode consagrar time garimpado por brasileiro
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem sucesso na missão de levar
a renovada seleção brasileira ao
pódio, o técnico Marco Aurélio
Motta pode assistir hoje à inédita
conquista de outra geração de jogadoras que ajudou a revelar.
Com a ajuda do treinador brasileiro, a Itália descobriu grande
parte da equipe de Francesca Piccinini, Elisa Togut e Manuela Liggeri, que pode sagrar-se campeã
mundial na Alemanha.
Depois de eliminarem as favoritas China e Rússia, italianas e norte-americanas se enfrentam hoje,
a partir das 10h, em uma final inédita, por uma conquista também
inédita para ambas as seleções.
A relação de Marco Aurélio
Motta com o vôlei italiano começou em 1991. Naquele ano, o treinador brasileiro foi à Itália a convite do argentino Júlio Velasco,
campeão mundial com a seleção
masculina italiana em 1990 e 1994.
Velasco queria alguém que o
ajudasse a formar uma nova geração de atletas em um país sem expressão no cenário internacional.
Motta levava no currículo a conquista do primeiro título mundial
do Brasil no vôlei feminino -o
Mundial juvenil em 1987.
A equipe que o treinador dirigia
na época era formada pela mais
vitoriosa geração nacional, com
Fernanda Venturini, Márcia Fu,
Ana Moser e cia.
O brasileiro encontrou uma Itália com jogadoras baixas, sem
perspectiva de desenvolvimento.
"A solução era uma revolução
completa. Quando cheguei lá, tinha duas linhas para seguir: mexer no time adulto e estruturar as
categorias de base", conta Motta.
Com um projeto não muito
oneroso, o técnico, junto com outros três profissionais, percorreu
o país à procura de meninas altas.
Ao mesmo tempo, comandava o
time principal da Itália.
"Saímos pelas regiões italianas
com balanças de banheiro e uma
polaroid. Embora muitos ridicularizassem nossa iniciativa, eu
acreditava que poderíamos encontrar meninas altas. Afinal, onde estavam as irmãs dos jogadores italianos?", brincou.
Uma das revelações da seleção
do país, Togut, tem 1,92 m. A atleta mais alta do time brasileiro, Luciana, mede 1,89 m.
Dois anos depois de iniciado o
trabalho, a nova geração italiana
conquistou seu primeiro título feminino internacional, o do Europeu infanto-juvenil.
A base trabalhada desde 1991
ganhou importante reforço em
1996: Júlio Velasco. Com ele, o vôlei masculino da Itália ganhara
dois Mundiais, cinco Ligas Mundiais e a medalha de prata nos Jogos de Atlanta daquele ano.
Quando o técnico assumiu o time, as italianas estavam apenas
em 15º lugar no ranking mundial.
O principal objetivo da seleção
foi alcançado em 2000, com a inédita classificação para uma Olimpíada, em Sydney -ficou em nono lugar. Um ano depois, as italianas, hoje em sétimo no ranking,
ganharam a prata no Europeu.
NA TV - Itália x EUA, Sportv,
ao vivo, às 10h
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