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INSS suspeita de desvio de dinheiro e investigará os borderôs das finais
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) requisitará os borderôs, boletins financeiros, das
partidas envolvendo Corinthians
e Santos, pelas finais do Brasileiro,
para os dois clubes e para a FPF
(Federação Paulista de Futebol).
O instituto notou que a maioria
esmagadora dos ingressos para a
primeira partida entre os finalistas, domingo, foram anunciados
como esgotados. Assim, teriam
sido vendidos no total cerca de 75
mil ingressos (as cotas foram divididas igualmente entre as duas
equipes envolvidas no jogo).
Porém havia cerca de 15 mil lugares disponíveis no dia do jogo.
Fato semelhante aconteceu na
partida semifinal do Brasileiro envolvendo Corinthians e Fluminense no Maracanã. Na véspera já
não era mais possível encontrar
ingressos, mas o estádio não esteve lotado no dia da partida.
O INSS recolhe 5% do valor de
cada ingresso comercializado.
"Realizamos diligências e percebemos que isso vem acontecendo em alguns jogos. O problema é
que a mobilização para fiscalizações constantes para coibir tal
problema implicariam em custos
mais altos do que o dinheiro que
estivesse sendo sonegado", explicou à Folha Valdir Moyses Simão,
diretor de arrecadação do INSS.
"Há uma lei que obriga as empresas a disponibilizar sistemas e
arquivos para a fiscalização. No
caso dessas partidas finais, vamos
exigir os borderôs aos clubes e à
federação paulista", acrescenta.
Segundo Simão, existem duas
hipóteses que explicariam tal contradição: ou estão permitindo que
torcedores tenham acesso gratuito aos estádios ou estaria acontecendo desvio de recursos.
"O que está acontecendo não
tem como finalidade a sonegação.
Porém isso acaba sendo uma consequência", concluiu o diretor.
"O INSS vai pedir o borderô?
Mas ele é público, não entendo
qual é o problema", afirma Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol corintiano.
A assessoria de imprensa do
Corinthians, no entanto, informou que não poderia divulgar informações sobre o borderô porque seu acesso ao documento foi
proibido durante a semana.
Ao tomar conhecimento disso,
Citadini argumentou que o tema
seria responsabilidade do diretor
do Corinthians Luís Cesar Granieri, que não foi localizado.
No Santos, o vice-presidente do
clube, Norberto Moreira da Silva,
inicialmente disse que atenderia a
reportagem, mas posteriormente
não respondeu a um recado deixado em sua secretária eletrônica.
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