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OITAVAS/ HOJE
Equipe testa performance 100% em mata-mata
Humildade espanhola some contra a Irlanda
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SUWON
Com um time que deixou o discurso humilde de lado e assumiu
a condição de favorito ao título,
depois da ótima campanha na
primeira fase, a Espanha desafia
hoje, às 8h30, em Suwon (Coréia
do Sul), pelas oitavas-de-final da
Copa-2002, a Irlanda, uma equipe
que, nos últimos quatro anos,
quase conseguiu riscar a palavra
derrota de seu currículo.
Em 25 partidas oficiais, válidas
pelas eliminatórias da Eurocopa e
do Mundial, além da sua participação na primeira fase da Copa-2002, os irlandeses só saíram derrotados em três oportunidades.
Tal performance, apesar do discurso de muito respeito ao adversário, não tira a euforia espanhola, conquistada após as três vitórias na primeira fase e os elogios
pelo bom futebol apresentado,
principalmente, nos jogos contra
Paraguai e África do Sul.
"Sigo pensando que o maior inimigo da Espanha é a própria Espanha", diz o atacante Morientes,
do Real Madrid, achando que,
mais do que o adversário de hoje,
o que pode derrubar sua seleção
são os próprios erros.
A alta rotatividade praticada pelo técnico José Antonio Camacho
no time e o desempenho de Raúl
também viraram motivo de júbilo
para os espanhóis, que nunca chegaram a uma final de Copa.
"Provamos que temos duas
boas equipes disponíveis", disse o
lateral Romero após a partida
contra os sul-africanos, quando
Camacho poupou sete titulares.
"Isso não me surpreende. Ele é
sempre o melhor", afirma o volante Helguera, sobre a chance de
seu companheiro Raúl ser eleito o
melhor jogador da Copa.
Na Irlanda, a condição de zebra
é bem vista pelo técnico Mick
McCarthy, alçado à condição de
ídolo nacional depois de, mesmo
tendo brigado com o ex-capitão
Roy Keane, principal jogador do
país, classificar o time às oitavas-de-final, superando Camarões,
que tinha a fama de melhor seleção africana do momento.
"Vamos jogar contra um potencial vencedor da Copa", disse o
treinador, comandante de uma
equipe que mantém a tradição de
boas defesas da Irlanda.
Em três jogos na fase inicial, sua
equipe sofreu apenas dois gols.
Agora, em toda sua história nos
Mundiais, a Irlanda tem nove gols
sofridos em 12 partidas, média de
0,75 por duelo disputado.
Como comparação, o Brasil foi
vazado, em média, 0,95 vez por
confronto em Mundiais.
Para tentar ultrapassar essa barreira, Camacho priorizou, durante a semana, os treinos de jogadas
aéreas. O técnico espanhol também insistiu para que seus jogadores não desperdicem a posse de
bola, temendo os perigosos contra-ataques dos irlandeses.
"A partida vai ser decidida mentalmente. O time que estiver mais
forte nesse sentido vai vencer",
afirma o treinador, que, ao contrário de seus jogadores e da imprensa esportiva de seu país, não
entra na onda de euforia que toma conta da Espanha.
Para o confronto de hoje em Suwon, tanto Camacho como
McCarthy escondem a formação
de suas equipes, mas ambos devem evitar surpresas.
No lado espanhol, o único problema físico é o de Tristán, que
não terá condições de jogo. Morientes continua como titular ao
lado de Raúl no ataque.
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
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