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SONINHA
De vida ou morte para morrer de sono
Esse negócio de mata-mata é muito contraproducente. Ele pode proporcionar 15 ou 20 minutos de jogo
emocionante... e 50 minutos de
embromação!
Alemanha e Paraguai abriram as oitavas morrendo de
medo de voltar logo para casa.
Passaram o jogo tentando se
aproximar do risco-zero, com
mais cautela que disposição.
Como se adiar a despedida pudesse evitá-la... Nem no futebol
nos conformamos com a morte.
O jogo foi chato de doer. Entre
tantos comerciais de remédio
para hemorróidas, gripe, dificuldades de ereção e outras drogas lícitas, temos recebido várias doses de sonífero.
E pensar que a Alemanha, esteja como estiver, aparece sempre como uma das favoritas.
Como se os jogadores aposentados ou mortos, que ganharam
os títulos de 54, 74 e 90, pudessem corrigir uma finalização,
desarmar o rival ou soprar uma
jogada no ouvido do meia. Essa
história de camisa, tabu, tradição só funciona se você acreditar nela. Como todo mundo
acredita, acaba funcionando!
Camaroneses e sul-africanos
devem ter assistido o jogo com
desgosto. "Se era para fazer isso,
por que nos eliminaram?". A
verdade é que o Paraguai se
classificou não em três jogos,
mas em 45 minutos brilhantes,
com o esplendor da garra sul-americana e o talento de Cuevas. Mesmo sem os dois, quase
barrou a Alemanha. Ou seja:
nossas chances são boas mesmo.
(Se bem que a Inglaterra não é
a Alemanha, não.).
soninha.folha@uol.com.br
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