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JOSÉ GERALDO COUTO
Como anular Beckham e Owen, eis a questão
Se o Brasil passar pela Bélgica, como todos esperam
(menos os belgas), terá
pela frente um adversário forte
e motivado, mas que está longe
de ser imbatível.
Pelo que a Inglaterra mostrou
até agora na Copa (e nos últimos quatro anos), trata-se de
um time muito competitivo,
mas com pouca imaginação e
criatividade.
Não há jogada ofensiva inglesa que não nasça (ou não passe
pelos pés) de David Beckham,
Paul Scholes ou Michael Owen.
Os outros jogadores ingleses
são, em geral, cumpridores de
tarefas, com maior ou menor
eficiência.
Na partida de ontem, o gol logo no início do jogo (numa falha do goleiro Sorensen) facilitou tudo para a Inglaterra.
Assim como os ingleses, os dinamarqueses têm dificuldade
de jogar pressionando o rival.
Preferem os contra-ataques.
Esse será o grande perigo inglês numa provável partida
contra o Brasil.
Se dermos espaço para Beckham pegar a bola na intermediária brasileira e lançar na
área, ou se deixarmos dois palmos de liberdade para Michael
Owen, teremos problemas.
São dois jogadores excepcionais, que praticam um futebol
minimalista, de poucos toques,
feitos de precisão e sutileza.
Se eu fosse Scolari, sem descuidar da Bélgica, já estaria planejando uma maneira de neutralizar a ambos. Esse troca-troca
de zagueiros a cada partida, e a
indefinição das funções entre
eles, certamente não vai ajudar.
jgcouto@uol.com.br
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