São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Inglês começa badalado, mas "modesto" e familiar

Torneio dá partida hoje sem que clubes tenham feito contratações de impacto

Grande parte das equipes arrecadou mais vendendo atletas do que gastou comprando reforços, e Scolari vira a grande atração


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem Kaká, nem Ronaldinho, nem Eto'o, nem Robinho... Pelo menos até hoje, quando o Campeonato Inglês começa, a liga nacional mais badalada do planeta na atualidade não deu os tiros que poderiam dizimar de vez a concorrência. Os endinheirados clubes ingleses largam para a temporada 2008/ 2009 com certa ""modéstia".
A primeira Premier League depois da primeira final inglesa da Copa dos Campeões vê pés no freio por parte de alguns de seus mais abastados clubes.
A maior contratação e, na esteira disso, a maior atração da rica liga é um técnico: Luiz Felipe Scolari. Após o fim de seu contrato com Portugal, o treinador assinou com o Chelsea, vice-campeão inglês e europeu.
O time do magnata Roman Abramovich teve contatos para contratar Kaká e Robinho por grandes quantias, mas investiu no fim das contas mesmo ""apenas" em Bosingwa e Deco, lusos velhos conhecidos de Scolari.
O Milan teria recebido proposta do Cheslea por Kaká superior a 100 milhões (R$ 239,7 milhões), mas o clube inglês, pelos números divulgados, gastou ""só" R$ 73,1 milhões em reforços. E, como se desfez de vários jogadores, como Boulahrouz, Makelele, Ben Haim, Pizarro e Sidwell, pegou em vendas R$ 27,22 milhões.
Nas primeiras temporadas à frente do Chelsea, Abramovich gastou rapidamente mais de 100 milhões em atletas. Desta vez, a maior luta foi manter Lampard -ele tinha proposta da Inter, mas renovou até 2014.
O Chelsea ainda pode ganhar bolada de Mutu -a Fifa determinou que o romeno, flagrado em antidoping, terá que pagar R$ 43 milhões ao ex-clube.
O Manchester United, campeão inglês e europeu, ganhou uns ""trocos" (R$ 18,1 milhões) com a cessão de atletas, como Piqué e Eagles, e oficialmente não gastou nada. Na luta com o Real Madrid pelo posto de clube mais rico do mundo, o Manchester United se esforçou para manter a nata do elenco, em especial Cristiano Ronaldo, favorito a melhor do mundo.
O Arsenal, oficialmente, mais perdeu do que ganhou nomes em seu elenco. Liberou Gilberto Silva, Hleb, Flamini e Lehmann, entre outros, e praticamente apostou suas fichas no meia-atacante francês Nasri, ex-Olympique de Marselha -os Gunners teriam pago cerca de R$ 47,7 milhões por ele, valor que não foi divulgado.
O Liverpool, que completa o quarteto de gigantes favoritos ao título do Inglês, torrou só um pouco mais do que recebeu. Em sua balança comercial da temporada, são cerca de R$ 15 milhões a mais gastos em reforços. Mas jogou quase todas as suas balas no experiente Robbie Keane, ex-Tottenham. Não conta mais com Crouch, Riise, Kewell e Carson, por exemplo.
Pelos números divulgados nas transferências, seis clubes mais receberam do que gastaram para esta temporada. O Everton, que luta por competições européias, ficou equilibrado. E poucos de fato ousaram investir pesado agora.


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