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GINÁSTICA ARTÍSTICA
Diego chega à final ainda mais favorito que antes dos Jogos
Dono da maior nota de todas no solo, ginasta usará descanso, ordem de exibição e acrobacia exclusiva
Brasileiro, 3º a se apresentar
na decisão de amanhã, já
saberá escore do maior rival e subirá nota de partida para pressionar outros finalistas
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Diego Hypólito disputará
amanhã, às 7h, no solo, a primeira final por aparelho da ginástica artística da Olimpíada.
Além de gabaritado por ser o
único dos oito finalistas a ter
ido ao pódio nos últimos três
Mundiais, com dois ouros e
uma prata, o ginasta paulista já
ostenta duas vantagens antes
de exibir sua série ao júri.
Primeiro, pela boa impressão
deixada na fase classificatória,
quando tirou 15,950, a maior
nota do solo entre todas as 123
avaliações já realizadas no aparelho nesta Olimpíada.
Os que mais se aproximaram
do escore do brasileiro foram o
chinês Zou Kai e o romeno Marian Dragulescu, com 15,925.
Contudo ambos já se apresentaram duas vezes na competição, já que, além da fase de
classificação, participaram
também da final por equipes.
"Apesar de não ter forçado
muito na classificatória, foi
bom liderar para jogar a pressão para os outros", diz Diego.
Ele também foi favorecido,
em parte, pela ordem de apresentação da decisão. Pelo sorteio feito em maio, em Tianjin,
quando foi relacionada a posição do classificatório à ordem
de exibição na final, o brasileiro
será o terceiro a entrar no tablado do Ginásio Nacional.
Com isso, já saberá, por
exemplo, a nota de Marian Dragulescu, considerado o maior
rival e que já derrotou Diego na
final do Mundial de Aarhus-06.
O romeno detém até agora a
maior nota de partida (escore
máximo que o atleta pode atingir) no solo, de 16,900.
""Queria que o Diego tivesse
ficado em terceiro no classificatório [ele seria então o último a
se exibir na final]", disse o treinador Renato Araújo. ""Ele não
terá a oportunidade de ver os
outros ginastas. Por outro lado,
é bom ser um dos primeiros,
pois impressiona os jurados.
Foi ruim taticamente, mas bom
pelo moral", completou.
Diego não terá a chance de se
programar conforme as notas
do japonês Kohei Uchimura, do
chinês Zou Kai e do espanhol
Gervasio Deferr, considerados
ameaças. No entanto, por outro
lado, irá tirar ou pelo amenizar
a única desvantagem que tem
para a apresentação mais importante de sua carreira.
Isso porque irá elevar sua nota de partida, de 16,600 para
16,800 ou 16,900, com a exibição do Hypólito, movimento
que batizou no código de pontuação e que consiste num duplo twist carpado com pirueta.
Diego, 22, não lançou mão do
movimento no classificatório
para se poupar fisicamente e
não correr risco desnecessário.
Apesar de a parte física ser alvo de atenção, Diego chegará à
final com quase uma semana de
descanso, enquanto cinco de
seus rivais terão feito pelo menos uma final nos últimos dias.
Agora, basta a Diego mostrar na
prática por que é tão favorito.
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