Placar de 2 a 1 na Noruega mostra eficiência da seleção, ainda invicta

Equipe de Marta tem chance de se vingar da Alemanha pela derrota na decisão do Mundial na China e de pegar outra medalha nos Jogos

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A TIANJIN

A seleção feminina de futebol assegurou uma façanha: chegou às semifinais nas quatro Olimpíadas de que participou.
O feito foi garantido ontem, em Tianjin, a 120 km de Pequim, com a vitória por 2 a 1 sobre a Noruega. O vôlei já ficou quatro vezes seguidas entre os top 4 (pode ir para cinco agora), mas participou de maior número de Jogos. Em Atenas-2004, as brasileiras do futebol perderam na decisão para os EUA.
O Brasil volta a campo na segunda-feira, às 7h (horário de Brasília), para repetir jogo contra a Alemanha, que eliminou a Suécia por 2 a 0. Agora, vale pelas semifinais. Na fase de classificação, estreando na competição, saíram de campo com o marcador em branco (0 a 0).
São rivais que se conhecem bastante. No ano passado, na China, decidiram o título do Mundial, vencido pelas alemãs.
Na outra semifinal, jogam Japão e EUA. As japonesas bateram as chinesas (2 a 0); as americanas, as canadenses (2 a 1).
"Contra a Alemanha, não pode acontecer", afirmou Formiga -que, recuperada de dores na virilha, voltou no lugar de Ester-, criticando o fato de o Brasil recuar demais após abrir vantagem de dois gols ontem.
Marta disse que a Alemanha é sempre um adversário difícil. Na opinião dela, o Brasil deve ser mais preciso nas finalizações (em dez, aproveitou só 20%) e caprichar nos passes.
Coincidentemente, Brasil e Alemanha são os únicos invictos. O Brasil ganhou de Coréia do Norte (2 a 1), Nigéria (3 a 1) e Noruega (2 a 1). A Alemanha venceu Coréia do Norte (1 a 0), Nigéria (1 a 0) e Suécia (2 a 0). Os EUA perderam para a Noruega (2 a 0), e as japonesas, para as americanas (1 a 0).
O Brasil dominou o confronto em Tianjin. Mesmo assim, só abriu o placar quando Daniela Alves acertou chute forte e certeiro, de fora da área, encobrindo a goleira Erika Skarbo.
Na volta do intervalo, Marta surpreendeu. Num lançamento longo, a bola praticamente ia em direção à goleira adversária. Ela, no entanto, veio por trás em alta velocidade, superou duas norueguesas e mandou a bola para dentro da rede.
A Noruega reagiu numa escapada livre pela esquerda. Forsberg chegou sozinha dentro da área brasileira, e Barbara saltou nos pés dela, cometendo pênalti, convertido por Nordby.
Antes do jogo, o técnico Jorge Barcellos reuniu a comissão técnica e as jogadoras e, juntos, analisaram vídeo da partida em que a Noruega derrotou os EUA na fase de classificação.
"O início do jogo foi difícil. O Brasil criou, mas a Noruega, recuada, não saía para jogar, dificultando arrumar espaço. O gol só saiu de um tiro de fora da área. O importante é que nos classificamos", disse Barcellos.


Texto Anterior: Vela: Após regata inicial, Scheidt e Prada estão longe de liderar
Próximo Texto: Atletismo: Só estreante se classifica na equipe brasileira
Índice