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BASQUETE
Aliado a firma de marketing, ex-atleta quer 1º torneio no país gerido por clubes, sucesso em países que vão a Atenas
Oscar propõe liga independente da CBB
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Modelo seguido por quase todos os países que se classificaram
para o torneio de basquete dos Jogos de Atenas-2004, a liga independente pode chegar ao Brasil.
O projeto nasceu das discussões
entre Oscar, que deixou as quadras em maio, e João Henrique
Areias, dono da Sportlink. A Folha teve acesso ao documento que
prevê a participação de 12 times,
ligados a universidades, que jogariam com o nome de suas cidades.
"Tornou-se comum colocar vários nomes nas equipes, juntando
patrocinador e cidade. O time
muda de nome todo ano. Isso
confunde o público. Nossa proposta é dar visibilidade às marcas
de outra forma", afirma Areias.
As empresas teriam placas no
ginásio. Já as universidades estampariam sua marca no uniforme e no centro da quadra.
A proposta foi apresentada por
Oscar ao presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Gerasime Bozikis, o Grego, na terça,
no Rio. "Atuei 20 anos pela seleção brasileira defendendo a camisa da CBB. Não gostaria de fazer
algo sem o aval dela", afirma Oscar, que deve agendar novo encontro na semana que vem.
Mesmo sem o apoio da entidade, a liga pode surgir. Pela Lei Pelé, os clubes podem criar seu torneio. "Mas seria algo inédito no
país. Se pegarmos o estatuto da
Superliga de vôlei ou da Liga Futsal, veremos que elas são atreladas
às confederações", diz Areias.
A idéia do publicitário é contar
com cinco patrocinadores oficiais. Com um orçamento de R$
12 milhões, a liga poderia bancar
todas as despesas do campeonato.
No Nacional, a CBB paga 15 passagens aéreas para os clubes nos
deslocamentos longos, fornece 24
bolas para as equipes e financia
passagem e estadia para a arbitragem, entre outras despesas.
"O maior gasto da liga será
comprar espaço na TV aberta.
Transmitiríamos os jogos aos domingos, das 12h às 14h. Não tenho
os valores ainda porque isso será
negociado", conta Areias, que já
fez contato com a Bandeirantes.
Aos clubes sobrariam só os salários. As equipes teriam 30 parceiros, com três tipos de cotas diferentes. "A liga funcionaria por
franquias, como o McDonald's.
Temos um plano de marketing
que forneceríamos a cada equipe.
Não é difícil conseguir [30 patrocínios locais]. Fiz esse plano para
a Unit [time de Uberlândia] em
1998 e, em um mês, trouxemos 24
empresas", conta o publicitário.
Para a iniciativa dar certo, será
necessária muita discussão. "O
mais difícil é amarrar apoio de
universidades, prefeituras e patrocinadores", admite Areias.
Até agora, os dirigentes estão divididos. "Não fui consultado. Mas
não entraria em aventuras", diz
Chaim Zaher, dono do COC/Ribeirão Preto, o campeão nacional.
Outros aprovam, com ressalvas.
"Sou simpático à idéia, se montarmos uma estrutura profissional", declara Wellington Salgado
de Oliveira, dono do grupo Universo, que financia três equipes.
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