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PINGUE-PONGUE
"Não dá para fugir do que acontece no mundo inteiro"
DA REPORTAGEM LOCAL
Há seis meses distante das
quadras, Oscar, 45, maior cestinha da seleção brasileira, afirma que trabalhou em três projetos, todos ligados ao basquete: uma palestra sobre sua vida,
que apresenta em empresas, a
constituição de uma equipe em
Barueri e a criação da liga independente. "Não dá mais para
fugir do que acontece no mundo inteiro", diz ele, que atuou
durante 13 anos na Itália e na
Espanha, países que contam
com duas das mais bem-sucedidas ligas da Europa.
(ALF)
Folha - Como surgiu a idéia de
criar uma liga independente?
Oscar - Sonho em melhorar o
basquete do meu país. Acho
que a criação do Nacional [em
1990] foi uma evolução. Antes
tínhamos a Taça Brasil, que era
disputada em dez dias. Mas
hoje estamos atrasados em relação ao resto do mundo. Fomos mal nos últimos três Mundiais e não vamos à segunda
Olimpíada seguida. Precisamos fazer alguma coisa.
Folha - Quais os principais problemas no atual sistema?
Oscar - É inadmissível o calote. Na Espanha, o clube é expulso da liga se não paga os salários. Aqui, muitos atletas não
têm nem contrato escrito.
Folha - A liga mudaria isso?
Oscar - Nossa meta é profissionalizar. Além disso, garantiríamos os salários até nos meses em que os jogadores estiverem com a seleção. O calendário que propomos teria quatro
meses de intervalo para os atletas defenderem o Brasil.
Folha - E a CBB?
Oscar - Ela cuidaria só da seleção. Sempre ouvimos que não
enfrentamos os melhores times
porque não há recurso. Sem essa preocupação, a CBB poderia
arrumar amistosos contra times fortes, como Espanha, Itália e França. Não adianta pegar
esses combinados americanos
que sabemos que vamos ganhar: República Dominicana,
Venezuela, Uruguai...
Folha - Essa proposta poderia
chegar ao feminino também?
Oscar - Sim. O torneio delas é
muito pior e ainda vamos à
Olimpíada. Todo ano ficamos
sem saber se vamos ter campeonato. É um grande milagre
o que elas fazem.
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