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Anfitrião coleciona recorde e vexames
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo Pan em que assistiu
a sua melhor performance na história (dez ouros, 12 pratas e 19
bronzes até a noite de ontem), a
anfitriã República Dominicana
também colecionou uma série de
vexames históricos.
Obrigados, por força do regulamento da Odepa, a marcar presença em todos os esportes, os dominicanos tiveram que improvisar no caso de modalidades pouco praticadas na ilha caribenha. A
delegação local, de 549 atletas, só
foi menor que a dos EUA.
O caso mais gritante foi no hóquei sobre grama, esporte quase
desconhecido no país. A seleção
masculina, formada há dois anos,
foi montada com jogadores selecionados no futebol e no beisebol.
Em maio, os dominicanos contrataram o técnico Miguel Mac
Cormik para dirigir sua equipe.
Renomado na Argentina, ele não
conseguiu fazer milagres.
O time ficou em último lugar no
Pan, após levar goleadas sucessivas de Argentina (30 a 0), Chile
(25 a 0), EUA (23 a 0), Trinidad e
Tobago (22 a 0) e Barbados (7 a 0).
A seleção feminina, constituída
há menos tempo -quatro meses-, não foi muito melhor. Em
sua estréia, contra o Chile, uma
seleção mediana das Américas, o
time da casa apenas se preocupava em correr atrás da bola. A equipe não conseguia dar dois passes
certos seguidos. No final, perdeu
por 20 a 0. Era a primeira partida
de hóquei disputada pelas atletas.
O desastre acabou com uma
derrota de 7 a 0 para a frágil Jamaica. Última colocada, a seleção
não fez nenhum gol no torneio.
Na ginástica artística masculina,
o time dominicano conseguiu um
total de 180,975 pontos. O Canadá, penúltimo colocado no torneio, ficou 25,650 pontos à frente.
A vergonha se repetiu na ginástica rítmica desportiva, modalidade em que o time da casa invariavelmente ocupou o lugar mais
baixo da tabela. Na prova de arco
e bola por equipes, por exemplo, o
anfitrião fez 8,950 pontos, quase a
metade dos obtidos pela Venezuela, a penúltima colocada.
Na emocionante chegada do
skiff quádruplo, no remo, a diferença entre Cuba, o país campeão,
e os EUA, que ficaram em quarto,
foi de apenas 2s56. O barco que
destoou na disputa foi exatamente o da República Dominicana,
que chegou em último, quase um
minuto atrás dos americanos.
No basquete feminino, as anfitriãs não foram páreo para as potências regionais. Mesmo com
um time B, os EUA venceram as
dominicanas por 109 a 54. O Brasil não ficou atrás e marcou 104 a
44, uma diferença de 60 pontos,
bastante incomum nas quadras.
Apesar disso tudo, ter organizado o Pan rendeu à República Dominicana performance recorde.
A previsão das confederações
locais era ganhar um ouro, sete
pratas e 28 bronzes. Antes de Santo Domingo, o país havia acumulado só três ouros em toda a sua
história. Nem o mais otimista dos
dominicanos acreditaria que essa
coleção chegaria a dez.
(ALF)
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