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Crise do clube faz brotar oposição a Mustafá Contursi
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob o forte nevoeiro da maior
crise palmeirense nos últimos
anos, a oposição ao presidente
Mustafá Contursi ganha força
dentro do clube, alimenta-se da
péssima situação do time e lança
no próximo dia 25, em evento no
Circolo Italiano, em São Paulo, a
candidatura do economista Luiz
Gonzaga Belluzzo à sucessão presidencial no Palmeiras.
Belluzzo é o rosto do grupo liderado por Seraphim del Grande
(ex-vice presidente), Gilberto Cipullo (ex-diretor de futebol) e
Carlos Facchina Nunes (ex-presidente do Palmeiras), que tentará
nas eleições de 15 de janeiro arranhar o reinado de 10 anos de Contursi à frente do clube.
Arranhar, porque nem mesmo
a oposição acredita que tirará o
atual presidente palmeirense, que
venceu com facilidade as últimas
eleições, já neste próximo pleito.
"O conselheiro precisa ter um
posicionamento de fidelidade ao
clube, não ao Mustafá", disse Seraphim del Grande, que foi vice-presidente de futebol do clube na
gestão de Contursi até 1996.
Já Belluzzo, que diz ter o apoio
de cerca de 90 conselheiros, afirma que a troca de comando é inevitável, e virá cedo ou tarde.
"Nós temos que reverter isso,
agora ou mais tarde. Eu acho que
temos de manter o movimento
político e ter uma presença clara",
fala Belluzzo, já projetando as
eleições em 2005.
A oposição diz que a primeira
medida a ser tomada se chegar ao
poder no clube é promover uma
alteração no estatuto que não permita a eleição de um presidente
por mais de dois mandatos (dois
anos cada um).
Contursi acusa os opositores de
se aproveitarem do mau momento do Palmeiras e afirma que só falará na "hora certa". "Não tenho
nada o que falar e reprovo a atitude do meu opositor, que só quer
aparecer na mídia. Só devo explicações à minha diretoria, aos conselheiros, e aos sócios do Palmeiras", diz o atual presidente, sem
revelar se tentará a reeleição.
Cerca de 300 conselheiros votam na eleição presidencial palmeirense. Um terço é formado
por membros eleitos em assembléia -vislumbra-se que 20% deles são simpatizantes da oposição.
Outro terço constitui-se de
membros vitalícios do clube, entre eles Del Grande -grupo em
que a oposição também é fraca.
Os últimos cem, todos biônicos,
saem do COF (Conselho de
Orientação e Fiscalização) e são
nomeados por Contursi.
(EDUARDO ARRUDA E LÚCIO RIBEIRO)
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